JLR discute a produção de elétricos em Itatiaia
Segundo o presidente João Oliveira a fábrica poderá produzir modelos 100% elétricos em três anos, para atender a diversos mercados globais
AutoDataA JLR discute com sua matriz um novo ciclo de investimento para a fábrica de Itatiaia, SP. As conversas, de acordo com o presidente para a América Latina, João Oliveira, vão além da introdução de novos modelos: o planejamento visa a tornar a operação brasileira base de exportação de veículos elétricos não só para a América Latina mas para outros mercados globais.
Na fábrica brasileira, considerada uma das mais modernas dentro da JLR no mundo, são produzidos os SUVs Discovery Sport e o Range Rover Evoque, em motorização flex e híbrido leve. O próximo passo, de acordo com Oliveira, é avançar para uma nova geração de BEVs, destes ou de outros modelos. Ele calculou que a eletrificação poderá vir em até três anos.
“Este é um tema muito discutido pois o investimento não pode ser pensado apenas para atender a demandas regionais. Temos que produzir um produto global, para exportar para mercados grandes e relevantes.”
Inaugurada em 2016 a fábrica de Itatiaia possui alto índice de presença tecnológica, mão-de-obra qualificada e baixa rotatividade de funcionários. Os índices de qualidade e eficiência e o custo por veículo produzido também são positivos, segundo o presidente, o que possibilita colocar a operação brasileira em posição mais relevante dentro da operação global.
Oliveira considerou positivo o avanço da eletrificação no mercado brasileiro: em setembro os 100% elétricos representaram 1% do total vendido no País, ainda que com veículos importados e do segmento premium, beneficiados com o imposto para importação zerado. A possibilidade do retorno da taxa preocupa o executivo:
“Como JLR e Abeifa entendemos que o retorno do imposto é importante para fomentar a produção nacional, mas deveria continuar zerado a curto prazo, por mais dois anos, para depois voltar gradualmente até chegar em um teto de 20%, que consideramos ideal. Mas o que ouvimos do governo é que o imposto de importação deverá voltar no ano que vem, começando em 9% até chegar nos 35% em quatro anos”.