08/04/10 10h39

JHSF terá shopping de luxo compacto

Valor Econômico

Enquanto os fabricantes de produtos de consumo e varejistas ainda se encantam com o poder de compra da classe C - que passou de 45% para 49% da população brasileira em 2009, segundo estudo da Cetelem e Ipsos -, a incorporadora JHSF vê novos horizontes para a classe alta, com renda mensal acima de 40 salários mínimos. A companhia, que é dona do Shopping Cidade Jardim, complexo de luxo que engloba centro de compras, torres residenciais e de escritórios na zona sul da capital paulista, estuda um novo modelo de shopping center de alto padrão, mais compacto, que poderia atender bairros de diferentes capitais do país onde ainda não há oferta desse tipo de serviço.

Segundo Robert Harley, diretor da JHSF para a área de shopping centers, há espaço para esses empreendimentos mesmo em São Paulo - um mercado que alguns especialistas já consideram saturado para o mercado de luxo, depois das inaugurações dos shoppings Vila Olímpia (Multiplan e Brascan), do próprio Cidade Jardim e do futuro JK (Iguatemi e WTorre). Todos eles na zona sul da capital. "O consumo nas classes mais altas também aumenta e há mercado para todos", diz o executivo, sem informar em quais bairros da capital a JHSF está prospectando espaços. Seria uma opção mais fácil de expansão, diz, por não exigir áreas tão extensas (a do Cidade Jardim, por exemplo, tem 72 mil metros).

Como exemplo de demanda reprimida fora da zona sul, Harley cita um dos próximos lançamentos da JHSF: o Metrô Shopping Tucuruvi, previsto para inaugurar em setembro de 2011. Neste caso, porém, o empreendimento é para a classe média. "Na zona norte, havia praticamente um grande shopping para toda a região", diz ele, referindo-se ao Center Norte, da família Baumgart. Além de São Paulo, a JHSF estuda oportunidades para o novo modelo em capitais como Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e as principais do Nordeste.

Entre as três próximas inaugurações de shoppings da JHSF - a do Tucuruvi, em São Paulo, em setembro de 2011, a do Bela Vista em Salvador (BA), em novembro de 2011, e a do Ponta Negra, em Manaus (AM), na metade de 2012 - apenas o da capital amazonense é voltado para o alto luxo. Nos três, estão sendo investidos mais de R$ 400 milhões (US$ 222 milhões), diz o executivo. Parte dos recursos deve vir da emissão de R$ 100 milhões (US$ 55,6 milhões) em debêntures simples realizada em novembro. Na JHSF, a área de shoppings e locações comerciais significou 14,6% da receita líquida em 2009, que foi de R$ 496,4 milhões (US$ 252 milhões).