14/09/09 10h39

Jeans 'premium' dá sinais de ter superado a crise

Valor Econômico

De olho no consumidor que acredita que calça boa é calça cara, o setor de jeans premium, com preços a partir de R$ 500 (US$ 270,3), refaz as contas e avalia que dá para crescer em 2009, mas sem o tom megalomaníaco dos dois últimos anos. "Quando a crise explodiu, em setembro do ano passado, passamos 15 dias de desespero, sem clientes na loja", diz Esber Hajli, que comanda a grife italiana Diesel, no Brasil. "Mas em maio alcançamos as vendas que tivemos em maio de 2008, o que é muito bom."

O mercado de jeans premium ia de vento em popa no Brasil, antes da crise estourar em 15 de setembro, com a quebra do banco Lehmam Brothers. Ainda assim, em outubro, a marca californiana 7 For All Mankind abriu sua primeira butique no shopping Iguatemi, em São Paulo. A grife, que fatura US$ 400 milhões, é uma das preferidas das brasileiras e vende calças jeans por um preço médio de R$ 900 (US$ 486,5). "Acredito na expansão deste mercado, com o aumento da riqueza", diz André Piedade, responsável pela 7 For All Mankind no país. Ele negocia a abertura da terceira butique da marca, no Rio de Janeiro. A segunda será inaugurada na Villa Daslu, em outubro.

Com o momento ruim superado, até marcas nacionais ganham fôlego. Com quase três anos de existência, mais ainda pouco conhecida, a paulista John John investiu R$ 450 mil (US$ 243,2 mil) numa campanha publicitária com a modelo Fernanda Motta, veiculada em revistas de moda. "Este segmento está em crescimento", diz Alexandre Manetti, diretor marketing da John John. A empresa, que pertence à família dona da lavanderia industrial de denim Kennelan, de Tietê (SP), produz 67 mil peças anualmente. O ritmo de crescimento tem sido de 30%, a cada coleção. A previsão de faturamento para este ano é de R$ 9,5 milhões (US$ 5,14 milhões).

Lançada em janeiro deste ano, a RK Denim, do empresário Renato Kherlakian, ganhará o reforço de uma linha de couro, em 2010. A partir da próxima coleção de outono Kherlakian planeja incluir as primeiras peças masculinas da grife. Até o final do ano, a RK deverá estar em 130 pontos de venda (já conta com 100). "Agora quero um sócio-investidor para cuidar da gestão." A RK é dividida em três sublinhas, com produtos que variam entre R$ 350 (US$ 189) e R$ 800 (US$ 432).