22/09/09 10h05

JBS e fundos de pensão criam empresa de reflorestamento

O Estado de S. Paulo

A J&F Holding, controladora da JBS S/A, anunciou ontem mais um passo na diversificação dos negócios, com a criação de uma empresa de reflorestamento de eucalipto para fins comerciais, a Florestal Brasil. A empresa nasce com um capital de R$ 1,1 bilhão (US$ 611,1 milhões) e terá como sócios os fundos de pensão Petros, da Petrobrás, Funcef, da Caixa Econômica Federal, e a MCL Empreendimentos, empresa do ramo de propriedades rurais.

O presidente da JBS Friboi, Joesley Batista, afirmou que o novo empreendimento é de baixo risco, já que as empresas brasileiras estão crescendo rapidamente, mas a disponibilidade de madeira para fins energéticos não se expande no mesmo ritmo. "Considerando que existe o risco de um apagão florestal no Brasil, percebemos que esse seria um bom segmento para investir", afirmou.

A nova empresa começa com um viveiro de eucalipto em Andradina, no interior de São Paulo, com capacidade para produzir 6 milhões de mudas por mês. Parte da produção, em torno de 20%, deverá ser usada para abastecer as caldeiras das unidades de abate e processamento de carne da JBS. O excedente de madeira será colocado à venda no mercado para empresas que utilizam lenha como biomassa ou para produção de celulose. Está prevista a criação de 2 mil empregos diretos. O modelo de negócios da Florestal Brasil prevê a administração de 335 mil hectares de terras nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Desses, 76 mil hectares pertencem à empresa, e 152 mil hectares estão localizados em áreas de preservação permanente de terceiros. A expectativa dos sócios é que a empresa terceirize o plantio de árvores para agricultores que precisam fazer compensações ambientais e que não disponham de terras para isso.

Além disso, a Florestal Brasil vislumbra também aferir receita com a venda de créditos de carbono no mercado internacional, especialmente em bolsas voluntárias de carbono, onde atualmente a tonelada de CO2 é negociada em torno de US$ 15 a US$ 20. Do ponto de vista de dois dos maiores fundos de pensão do Brasil, o investimento é considerado de baixo risco e retorno satisfatório. A estimativa é de que, para cada R$ 5  (US$ 2,8) investidos, o retorno previsto é de R$ 20 (US$ 11,1).