Japonesa Oji amplia produção de papéis térmicos no Brasil
Valor EconômicoA Oji Papéis Especiais, do grupo japonês Oji Holdings Corporation, vai ampliar em 10% a produção de papéis térmicos na fábrica de Piracicaba (SP), para atender ao aumento constante da demanda doméstica. Em termos nominais, porém, o investimento é baixo: cerca de US$ 9 milhões, que se somam a outros R$ 27 milhões aplicados a partir de 2014 na modernização de equipamentos.
O mercado brasileiro desse tipo de papel, usado no tíquete de máquinas de cartão de crédito e débito e em comprovantes de loteria, gira em torno de 60 mil toneladas por ano e é um dos poucos que têm mostrado expansão vigorosa no país, com alta de 5% ao ano nos últimos anos - na contramão do consumo aparente nacional de papéis em geral, que no ano passado caiu 6,7%.
Antes desses investimentos em modernização, a fábrica de Piracicaba havia recebido aporte de R$ 115 milhões em 2008 de sua antiga proprietária, a Votorantim Celulose e Papel (VCP), que se uniu à Aracruz na Fibria no ano seguinte. Com o desembolso da VCP, a capacidade de produção da unidade triplicou, chegando às atuais 120 mil toneladas por ano, entre papéis térmicos, autocopiativos (usado como papel de segurança em notas fiscais), um produto específico para a indústria têxtil e ainda uma linha de imprimir e escrever.
Em setembro de 2011, os japoneses da Oji fecharam a compra da unidade fabril por US$ 313 milhões e colocaram, pela primeira vez, os pés no mercado brasileiro. Hoje, o grupo tem operações em praticamente todos os continentes e conta com mais de 300 unidades fabris.
De acordo com o presidente da Oji Papéis Especiais, Agostinho Monsserrocco, a nova rodada de investimentos em modernização não resultará na ampliação da capacidade instalada total da fábrica, mas sim na maior participação dos papéis térmicos nas 120 mil toneladas produzidas anualmente. "Com o investimento, garantimos a estabilidade do fornecimento ao mercado", afirmou.
Uma parte da capacidade de papel autocopiativo, cuja demanda cai ano após ano desde a adoção da nota fiscal eletrônica, será destinada aos papéis térmicos, explicou o executivo. "A América Latina tem demanda significativa de autocopiativos. Então, passamos a exportar mais [para compensar a queda nas vendas domésticas] e aumentamos a produção de térmicos."
A fábrica de Piracicaba é hoje a maior do Brasil para papéis térmicos - há alguns pequenos fabricantes instalados no país e a concorrência maior se dá com outras multinacionais, que importam seus produtos - e a Oji estima que sua participação esteja em torno de 80%. Em janeiro, bateu recorde de produção desse tipo de papel.
No ano passado, comentou Monsserrocco, as vendas da Oji saltaram 14%, beneficiadas pela expansão da base de pontos de venda (POS) e logística no país e também pela desvalorização do real frente ao dólar. A Oji Papéis Especiais não divulga faturamento.