IV Seminário de Infraestrutura - Copa 2014 aborda investimentos e projetos para mobilidade urbana
Representantes dos municípios apresentaram a capacidade das cidades para receber visitantes durante o evento mundial em 2014
A segunda etapa das discussões do IV Seminário de Infraestrutura Cidades-sede trouxe os potenciais turísticos de cada município e suas possíveis melhorias para atender à demanda dos visitantes para o evento da Copa do Mundo de 2014. A Investe São Paulo – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – apoiou o evento que ocorreu no dia 26 de maio e destacou as cidades de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
No painel A cidade de São Paulo – Oportunidades de Turismo e suas necessidades (O Setor de turismo e suas necessidades), o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Bruno Omori, enfatizou que o impacto de 600 mil turistas estrangeiros na economia do país é bastante positivo, que tem um gasto médio de R$ 560 por dia, em 10 de estada, gerando uma receita de R$3 bilhões. Já os turistas brasileiros deixam na cidade um montante de R$ 16 bilhões. Omori destacou que hoje a capital paulista conta com 42 mil unidades habitacionais (105 mil leitos), com uma taxa de ocupação media de 68,5%.
O representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Alberto Lauletta, no tema Mobilidade Urbana, abordou a necessidade da ampliação da malha ferroviária, trem e metrô. Atualmente, São Paulo possui 17 mil quilômetros de vias públicas, 70 quilômetros de metrô, 130 quilômetros de linhas férreas, 126 quilômetros de corredores de ônibus e uma frota de 15 mil veículos. Ao todo são atendidos 17 milhões de passageiros por dia. Lautella chama a atenção para a necessidade de valorizar a Zona Leste, a fim de revitalizar o local e sua macro acessibilidade.
Destacou-se, ainda, durante o evento que está direcionado para a capital paulista um investimento de R$23 bilhões em infraestrutura para atender uma demanda de 600 mil turistas internacionais no período da Copa de 2014, gerando 332 mil empregos permanentes e 381 mil temporários. A cidade recebe anualmente cerca de 11,7 milhões de turistas, que gastam R$9 bilhões em compras, gastronomia e estadas em 90 mil eventos.
Ainda sobre São Paulo, durante o encerramento foi destaque o assunto Os investimentos de São Paulo para a Copa, debatido pelo representante da Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, Pedro Bevenuto. Durante o evento ele apresentou alguns dos projetos do governo paulista para a Copa, como a criação da linha de metrô São Bernardo do Campo – São Paulo e o investimento de R$ 7 bilhões para a modernização e expansão do metrô na capital. Além disso, foram investidos, nos projetos de mobilidade urbana (alguns ainda em execução) R$49 bilhões.
No painel A cidade de Curitiba – Oportunidades de Investimentos, a presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, Juliana Vosnika, evidenciou os principais destaques das atrações da cidade que têm chamado a atenção dos quase quatro milhões de turistas que chegam à Curitiba todos os anos. No tópico a preparação da cidade no setor de turismo, Vosnika mostrou que as atrações curitibanas serão um dos pontos fortes para atrair o retorno dos visitantes que forem conferir os jogos da Copa no estado do Paraná.
Dando continuidade no tema Os investimentos e oportunidades para a cidade, Cléver Teixeira, presidente do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), apresentou as mudanças que estão planejadas para a infraestrutura da cidade. Entre elas estão a reforma dos terminais de ônibus do Corredor Cândido de Abreu (alargamentos das vias com faixas exclusivas para transporte público e travessias elevadas com equipamentos de acessibilidade), a requalificação da rodoferroviária e aumento da extensão da linha verde. Haverá, ainda, a revitalização e a ampliação da capacidade do Corredor Aeroporto-Rodoferroviária. Teixeira também lembrou que, para atender às exigências da FIFA, o estado planeja investir cerca de R$ 200 milhões na construção do Estádio Joaquim Américo. Destacou ainda que a cidade conta com o projeto da criação do primeiro metrô, com 14 quilômetros de extensão e 21 estações, e um investimento de R$ 2 bilhões, que ajudará na questão da mobilidade. O Governo Federal e a prefeitura estão disponibilizando um investimento de R$ 463 milhões, com R$ 70 milhões para reforma do aeroporto, entre outras obras.
No terceiro mote, Utilização de Project Finance em projetos relacionados para a Copa do Mundo, o advogado e sócio da Felsberg e Associados, Fabrizio Sasdelli, falou sobre a parte processual de todo o procedimento para participar da Copa. Os assuntos estrutura básica, financiamentos, acordos de acionistas, seguros e contratos operacionais foram os que mais prenderam a atenção dos participantes.
Já no painel da Cidade de Porto Alegre – Oportunidades de Investimentos, Richard Dubois, sócio da PWC, traçou um breve perfil da economia brasileira atual e mostrou um cenário em que o PIB de 3,2% cresceu em consumo, e não em infraestrutura, como deveria ser, para acompanhar o crescimento da economia nacional. Para a Copa, ele mostrou um cenário positivo, em que aparecem números altos como o investimento de R$ 7 bilhões em Porto Alegre e a criação de quatro mil empregos no estado. Segundo Dubois, a projeção do PIB para os próximos dois anos é de 4,5%. Ele ainda destacou os itens para acelerar a implementação dos projetos de infraestrutura na capital gaúcha: a desoneração da carga tributária, o rebalanceamento da matriz dos meios de transporte e a revisão das leis de licitação.
Foi enfatizado, também que o Rio Grande do Sul é o terceiro estado em turismo de negócios no país, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. “É preciso destacar os benefícios que ficarão depois do evento, como o saneamento básico na cidade gaucha, que já tem R$ 600 milhões contratados para estas obras, as mais importantes nos 239 anos de sua história. Como uma cidade com 1,5 milhão de habitantes pode ter apenas 27% de rede de esgoto? Com os investimentos, espera-se chegar em 80% de cobertura”, afirmou Dubois.
O palestrante da Zilvete e Sanden Advogados, Luiz Eduardo de Almeida, falou sobre os cuidados legais que surgem com as oportunidades de Investimento em Infraestrutura. Destacou que existem três preocupações principais, que são os períodos de pré, durante e pós Copa e enfatizou as vantagens para os investidores, como a isenção de impostos quanto à construção ou reformas de estádios de futebol, além da dispensa do pagamento de taxas instituídas pelo município.
A falta de atrativos turísticos e a modernização das instalações dos leitos de hotéis foram os pontos abordados pelo presidente do Sindicato Intermunicipal do Turismo e vice-presidente da Fecomércio do Rio Grande do Sul, Manuel Suarez, responsável pelo tema Investimentos no setor de turismo. Segundo ele, apesar dos cem hotéis e 14 mil leitos em Porto Alegre e a projeção da criação de mais 20 hotéis e mais três mil leitos, é importante realizar a capacitação profissional e a qualificação dos serviços.