25/03/11 11h52

Italianos apostam no agronegócio brasileiro

Folha de S. Paulo

Os italianos acreditam no avanço do agronegócio brasileiro. O próximo Agrishow, que ocorrerá no início de maio, terá a presença de pelo menos 31 empresas da Itália voltadas para o setor. Esse número mostra evolução de 107% em relação ao total de empresas presentes no evento do ano passado. Esse é o número apenas das empresas que já se registraram no escritório do Instituto Italiano para o Comércio Exterior - órgão do governo italiano para promover as empresas do país. Outras poderão ter participação independente.

A maioria dessas empresas, muitas delas pela primeira vez no Brasil, atua no setor de acessórios e equipamentos. Trazem na bagagem tecnologia avançada, diz Emílio Pelizzon, do escritório italiano em São Paulo. As operações dessas empresas visam fornecer computadores de bordo, GPS e outros componentes, inclusive na área de irrigação, para máquinas que são fabricadas no Brasil.

O interesse dessas empresas tem uma justificativa: a boa evolução comercial entre os dois países. Nos dois primeiros meses deste ano, a balança comercial Brasil-Itália atingiu US$ 1,54 bilhão, 33% mais do que em igual período do ano anterior. Grande parte dessa evolução se deve ao movimento do agronegócio, cujas exportações brasileiras para a Itália cresceram 49% no período. O destaque fica para o café, que somou vendas de US$ 129 milhões no primeiro bimestre deste ano, 77% mais do que em igual período anterior, conforme dados divulgados pela Secex.

As receitas, vindas basicamente das vendas de café em grão, evoluíram tanto pelo aumento do volume exportado -19% no período- como pelo aumento da commodity nos mercados interno e externo. A lista dos principais produtos brasileiros exportados para a Itália inclui óleo de soja, carnes, arroz e açúcar. Da Itália, além de implementos agrícolas, pesam na balança comercial as importações de azeite, de massas, de vinhos e de tomates (frescos e em molho).