18/02/08 10h35

Iscar quer liderar o mercado brasileiro

Gazeta Mercantil - 18/02/2008

A multinacional israelense Iscar, fabricante de ferramentas de corte do grupo Berkishire Hathaway Inc., do investidor norte-americano Warren Buffett, prepara um agressivo plano de crescimento no Brasil. Jacob Harpaz, presidente mundial da companhia, contou em entrevista exclusiva a este jornal que não existem limites de investimentos na operação brasileira. A operação local fechou 2007 com participação de 20% do mercado - que movimentou US$ 300 milhões, conforme dados da empresa -, o que representa cerca de US$ 60 milhões de faturamento, alta de 20% em relação a 2006 e o mesmo percentual de crescimento previsto para este ano. O objetivo de Harpaz é levar sua empresa à liderança do mercado brasileiro até 2010, hoje pertencente a sueca Sandvik, que detém uma participação de 23%. Cerca de 70% das vendas da empresa no Brasil são para as indústrias automotivas. Os outros 30% estão divididos entre vendas para as usinas de açúcar fabricantes de etanol; setor aeroespacial - principalmente a Embraer e suas fornecedoras -; fabricantes de moldes e matrizes; e mecânica em geral. A Iscar possui uma fábrica em Vinhedo, no interior de São Paulo, mas produz aqui apenas 20% dos produtos que vende no Brasil. O restante é importado, principalmente da matriz, em Israel. A maior parte do que é produzido no Brasil é de ferramentas utilizadas pelas indústrias automotivas. Mas isso deve mudar. De acordo com Eduardo Ribeiro, presidente da subsidiária, já foi aprovado investimento para a construção de uma nova linha que produzirá ferramentas específicas para usinagem de peças das indústrias de alumínio, o que colocará a empresa em um novo segmento. Além de nova área de atuação, a Iscar também aposta numa aproximação com os clientes para alavancar as vendas. O Brasil é o quinto maior mercado internacional para a Iscar, atrás dos Estados Unidos, Alemanha, Itália e França. Mas, além da indústria de automóveis, Harpaz quer impulsionar os negócios da companhia em diversos setores e por isso trouxe na bagagem cerca de 590 novos produtos para apresentar ao mercado. Conforme o executivo, a capacidade do mercado brasileiro em absorver novas tecnologias é impressionante.