16/04/10 11h04

IPI menor para material de construção é prorrogado

Folha de S. Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor de material de construção até o fim do ano. O benefício deveria acabar em junho, mas, segundo Mantega, a demanda aquecida provocou uma afobação por parte dos compradores para adquirir produtos com custo mais baixo. A prorrogação do IPI vai custar R$ 723 milhões (US$ 401,7 milhões) aos cofres públicos, segundo cálculos da Receita Federal.

De acordo com Mantega, a medida se justifica porque o setor de material de construção está mais ligado ao investimento do que ao consumo. A construção civil representa cerca de 40% do investimento no país. O ministro diz que a medida contribui para manter a taxa de investimento em nível elevado e que nenhum outro setor deverá contar com prorrogação da isenção de impostos. O presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), Cláudio Conz, afirmou que a prorrogação do benefício evita que as obras e o programa Minha Casa, Minha Vida pressionem os preços ou causem desabastecimento.

"Estávamos passando por um período de antecipação de compra, principalmente nos últimos 30 dias, e isso estava causando algum desconforto e até a previsão de falta de produtos nos próximos 60 dias."

Estudo apresentado pelo setor ao ministro estima que a redução total do IPI sobre material de construção resultaria em aumento de 1,34% do PIB e também em uma expansão de 1,27% no nível de emprego em um período de 24 meses.

Segundo dados da FGV, o Índice Nacional da Construção Civil saltou de 0,36% em fevereiro para 0,75% em março. Boa parte desse resultado, no entanto, está relacionada a aumento da mão de obra.

Em fevereiro, o faturamento total das vendas internas de material de construção cresceu 19,01% na comparação com igual período do ano anterior, segundo dados da Abramat (Associação da Indústria de Material de Construção).