04/11/11 20h09

Investir no Brasil é interessante

Época Negócios

Evento realizado pela revista “The Economist” apontou as vantagens do país para atrair grandes investidores

Em uma animação de de um minuto e meio, apresentada durante o evento Brasil 2020, em São Paulo, a equipe da Economist Intelligence Unit mostrou em que países e setores os grandes investidores vão colocar seu dinheiro. O Brasil foi citado por 36% dos 800 investidores entrevistados pela publicação inglesa, durante o mês de junho.

Infelizmente, de junho para cá quase tudo mudou na economia global. “Agora a pergunta é como investir nesse novo cenário”, disse Leo Abruzzese, diretor de Previsões Globais da Economista Intelligence Unit. Mas ainda assim, o Brasil está bem na fita. "Apesar do cenário volátil, devido à crise na zona do euro, o Brasil certamente continuará sendo um “mercado interessante”, afirmou Mauro Leos, analista da agência Moody's.

Junto com o Brasil, a força das economias emergentes aparece nos números. Há mais de dez anos, os mercados emergentes saíram de uma taxa de 2% de representatividade em termos de investimento, para os atuais 15%.

A vantagem do Brasil em relação a outros países é ter uma economia relativamente diversificada. Durante o debate – devidamente cronometrado, ao gosto dos ingleses – ficou claro que a diversificação de investimentos é a saída neste momento. “Vai sair ganhando quem diversificar investimentos, não colocar tudo somente em commodities ou em bônus”, afirmou Javier Espada, professor do IESE e um especialista em investimentos de esportistas. Segundo ele, com a internet as possibilidades são ainda maiores. “Hoje se pode diversificar o investimento e o país. Ninguém precisa mais ficar preso ao mercado interno”, afirmou.

O Brasil tem a seu favor as reservas do pré-sal, que podem atrair empresas interessadas em desenvolvimento e inovação e um forte sistema bancário. "O colchão de alta liquidez dos bancos e as reservas internacionais do Banco Central fazem a diferença na crise”, disse o analista da Moody's.

Já a inflação, que muitos enxergariam como um problema, não representa uma barreira. Mauro Leos comentou que, em termos de classificação de risco (rating), a Moody’s não estava interessada nisso. “Não estamos preocupados com a inflação no Brasil. Não importa se ela fechará o ano em 7% ou 6,5%”, disse. A política adotada pelo Banco Central em relação à taxa de juros também não o incomoda. “O Brasil tem um sistema único, que é um legado dos anos de alta inflação. Muita gente já tentou me explicar o porquê disso e as razões pelas quais o governo ainda não mudou. Do meu ponto de vista, não vejo mudanças no curto prazo”, disse.