13/01/12 15h51

Investimentos ultrapassam R$ 2 bilhões

Folha da Região

Os números da geração de emprego previstos para a cidade em 2012 também impressionam, com estimativa de 2 mil novas oportunidades

O ano de 2012 será marcado por grandes investimentos em Araçatuba.
Do setor imobiliário, passando pelas indústrias e prestação de serviços, a cidade deve receber mais de R$ 1,3 bilhão em investimentos. Somados aos projetos em andamento e obras de infraestrutura, o valor ultrapassa os R$ 2 bilhões, quase duas vezes o custo estimado para terminar as obras de transposição do rio São Francisco, a mais cara do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os números da geração de emprego também impressionam, com estimativa de duas mil novas oportunidades. Outro destaque é o início das obras de um dos principais empreendimentos logísticos do País, o terminal da Lógum, previsto para o mês de maio.
A indústria da construção civil deve continuar sendo a mola propulsora do desenvolvimento. Pelo menos oito empreendimentos de luxo (sendo cinco loteamentos fechados horizontais e três condomínios verticais) serão lançados ao longo dos próximos 12 meses, além de um condomínio empresarial, segmento pouco lembrado até então.
Para a classe média, há 12 projetos habitacionais protocolados na Caixa Econômica Federal aguardando aprovação, que somam mais R$ 230,2 milhões.
Na indústria de transformação, os projetos contemplam principalmente pequenos e médios investimentos. Os grandes estão à espera de obras de infraestrutura, com exceção da Kannatex, parceria entre Brasil e Espanha, cujo investimento é estimado em 480 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,16 bilhão) para a produção de placas de MDF e cimento, voltados para o setor moveleiro e da construção civil, respectivamente. O megainvestimento, que promete sair do papel neste ano, não está computado nos projetos anunciados. Se somado, Araçatuba terá injeção de mais de R$ 3 bilhões.
O setor de prestação de serviços, que representa mais de 70% do PIB do município, acompanha o mercado com a construção de supermercados, shopping e uma grande loja de departamentos, em área ao lado do estacionamento do Centro Cultural Ferroviário. As obras da nova unidade do Sesi também começam neste ano.

DEMANDA
O especialista em economia Henrique Pedroso Mazei afirma que os investimentos atendem uma demanda local e, como são concentrados na indústria da construção civil, devem acelerar o desenvolvimento. "Proporcionalmente, por exemplo, Birigui tem mais loteamentos fechados do que Araçatuba, pois lá os investimentos começaram antes", diz.
Sobre renda e famílias suficientes para comprar tanto imóveis de luxo, o especialista é enfático. "Todo empreendimento é precedido de uma pesquisa de mercado. No mínimo essas pesquisas devem indicar que há demanda por imóveis das classes A e B. Outro fator importante é que hoje temos uma classe C crescente e que investe no conceito de morar bem", resume.

MASTER
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Araçatuba, Carlos Farias, o município trabalha com um master plano de desenvolvimento, que consiste principalmente em alimentar investidores com informações. No quesito fomento, fazem parte um centro de convenções, condomínios empresariais (que já estão acontecendo), polos atacadistas, a exemplo do Makro, transporte e logística.

REFLEXOS
Os projetos em andamento já impactam positivamente no município, segundo o secretário da Fazenda, José Luis Rovedilho. "No caso de condomínios de luxo que estão sendo construídos, o reflexo irá demandar um pouco mais de tempo, com a arrecadação do IPTU. Agora, a partir do momento que se constrói, está se consumindo imposto de mercadoria. Assim, a cidade agrega maiores valores no índice de participação, passando a ter fatia maior no ICMS do Estado".
No ano passado, o orçamento do município saltou de R$ 277 milhões para R$ 300 milhões no ano, reflexo dessa movimentação.
Considerando apenas o ISS (Imposto sobre Serviço), a arrecadação municipal fechou o ano com quase R$ 30 milhões ante R$ 23 milhões em 2010, aumento de 30%. Em 2009, a arrecadação do imposto era de apenas R$ 18 milhões. (Aline Galcino - colaborou Silvia Helena)