19/11/10 15h36

Investimentos em cores fortes e conforto

Valor Econômico

A roupa íntima quer aparecer. Em todos os sentidos. Além da tendência vigente que valoriza peças de apelo "fashion", o segmento de cuecas e lingeries vive um momento de aumento de consumo e investimento em lojas-conceito. Tudo para deixar mais visível uma moda que nasceu para ficar escondida, mas que não se contenta com isso.

O ano passado o setor cresceu e neste ano as vendas continuam aquecidas. "2010 foi o ano da reviravolta. Desde o início da década que essa indústria não vendia tanto, para homens e mulheres", atesta Denise Areal, diretora de marketing e estilo da fabricante de lingeries Duloren. Em 2009, quando o PIB do país encolheu, o setor produziu 960 milhões de peças e faturou R$ 5 bilhões (US$ 2,54 bilhões). Em 2008 foram 835 milhões de peças com faturamento de R$ 4,5 bilhões (US$ 2,46 bilhões). Ainda não há projeções fechadas para este ano, mas as perspectivas são de continuar crescendo.

Neste ano, a Duloren investiu R$ 6 milhões (US$ 3,5 milhões)  em novas máquinas e aumentou em 10% a produção, que é de 1,2 milhão de peças, por mês. As razões para isso foram, por um lado, o aumento da renda das classes de menor poder aquisitivo e, por outro, um certo otimismo que tomou conta dos consumidores. "As mulheres superaram a crise e querem ser felizes com seus companheiros. Os homens também passaram a enxergar a roupa íntima como uma forma de sedução", diz Denise. Por conta disso, a Duloren decidiu entrar também com força no segmento de cuecas. A primeira iniciativa se deu no final de 2008, de forma ainda tímida. "Investimos em maquinário para isso e queremos entrar com força nesse segmento, no ano que vem."

O aumento do consumo também motivou a Lupo a investir numa nova cadeia de lojas. A Lupo Lingerie, que inaugura sua primeira unidade em dezembro, na rua Oscar Freire, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Diferente das lojas tradicionais da Lupo, focadas em meias, as novas butiques vão priorizar o "underwear" feminino (80% dos produtos) e masculino. A ideia é expandir a Lupo Lingerie, por meio de franquias, e chegar a 50 lojas em 2011. Em junho do ano que vem a empresa também abre outra bandeira, a Lupo Esporte, com previsão para chegar a dez pontos.

"As cores da roupa íntima devem seguir as da estação", diz Mariana Dijkstra, estilista da Valisere. Em julho, a Valisere inaugurou sua primeira loja-conceito, na rua Oscar Freire, em São Paulo. Os planos da empresa, que pertence ao grupo Rosset, são de abrir 300 lojas, entre franquias e próprias, em cinco anos.