04/09/10 15h27

Investimento puxa alta recorde do PIB

O Estado de S. Paulo – 04/09/10

O PIB desacelerou no segundo trimestre, mas menos do que o mercado esperava, registrando bons desempenhos da agropecuária, da indústria e dos investimentos. No primeiro semestre de 2010, o PIB cresceu 8,9%, a maior taxa acumulada em dois trimestres desde o início da atual série, em 1996, sendo puxado pelos investimentos, que tiveram alta recorde de 26,2%. Na comparação com o primeiro trimestre, descontadas as influências sazonais, o PIB de abril a junho cresceu 1,2% (5,1% em base anualizada). Ante igual período de 2009, o PIB do segundo trimestre cresceu 8,8%. Em ambos os casos, o resultado foi acima do teto das expectativas de participantes do mercado ouvidos pela Agência Estado. No primeiro trimestre deste ano, porém, a velocidade do PIB era maior: 2,7% (11,3% em base anualizada) ante o último trimestre de 2009, na comparação dessazonalizada; e 9% ante o mesmo período do ano passado.

Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 900,7 bilhões (US$ 514,7 bilhões) no segundo trimestre, e R$ 1,73 trilhão (US$ 988,6 bilhões) no primeiro semestre. Os resultados do PIB do segundo trimestre foram divulgados ontem pelo IBGE. Na área externa, as importações continuam em disparada, tendo crescido 38,8% ante o primeiro trimestre de 2009, num ritmo cinco vezes maior que o das exportações (7,2%). A necessidade de financiamento da economia brasileira (relacionada ao déficit externo) atingiu o recorde de R$ 24,3 bilhões (US$ 13,9 bilhões)  no segundo trimestre de 2010.

A indústria cresceu 1,9% (7,8% em base anualizada) no segundo trimestre, na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior. O número ficou bem abaixo dos resultados acima de 3% nos últimos três trimestres, com o pico de 4% (17% anualizado) de janeiro a março. Em relação à igual período de 2009, a indústria cresceu 13,8%, sendo o setor de maior destaque nessa base de comparação. O grande destaque da indústria foi a construção civil, que cresceu 16,4% no segundo trimestre, o melhor desempenho entre todos os subsetores do PIB (incluindo agropecuária e todos os segmentos da indústria e dos serviços), e recorde da série iniciada em 1996. O crescimento de 15,7% da construção civil no semestre também é recorde.