09/06/10 11h29

Investimento puxa alta recorde do PIB

O Estado de S. Paulo

Puxado pela indústria e pelos investimentos, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2010 teve um desempenho fortíssimo. Foi batido o recorde de crescimento não só do conjunto da economia, mas também de vários setores. O PIB trimestral cresceu 9% ante o mesmo período de 2009, a maior taxa de expansão da série iniciada em 1995. Em valor, o PIB do trimestre foi de R$ 826,4 bilhões (US$ 459,1 bilhões). Em relação aos três últimos meses de 2009, o PIB do primeiro trimestre cresceu 2,7% (11,2% em base anualizada). Essa comparação desconsidera as variações sazonais. Os resultados do PIB trimestral, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam as preocupações com o superaquecimento da economia. Para analistas, há risco de pressões inflacionárias.

O resultado do PIB de janeiro a março deixa o País quase no topo do ranking global de crescimento no período. A expansão no primeiro trimestre deve elevar ainda mais as projeções de crescimento em 2010, que passam a resvalar em 8%, mesmo levando em conta uma prevista desaceleração nos próximos trimestres. O PIB do primeiro trimestre já é 3,7% superior ao pico pré-crise, registrado no terceiro trimestre de 2008. A indústria e os investimentos estão ligeiramente acima. A base de comparação deprimida do primeiro trimestre de 2009, quando o PIB caiu 2,1% (ante igual período de 2008), contribuiu para os vários recordes de crescimento de janeiro a março de 2010. Comparados a essa base, a indústria cresceu 14,6% e os investimentos, 26%, no primeiro trimestre de 2010. Nos dois casos, trata-se do recorde da série iniciada em 1995.

Entre os componentes da indústria, a transformação (toda a indústria, exceto extração mineral e construção civil) cresceu 17,2% e a construção civil, 14,9%, na mesma base de comparação - mais dois recordes da série histórica no primeiro trimestre. Mas eles não param aí. Com avanços de 15,2% e 12,4% ante o primeiro trimestre de 2009, o comércio e o item "transportes, armazenagem e correio" - ambos do setor de serviços - tiveram a maior expansão da série. O mesmo aconteceu com o espantoso crescimento de 39,5% das importações de bens e serviços, na mesma base de comparação.