10/01/10 11h17

Investimento desata nó da indústria

O Estado de S. Paulo

Os investimentos no aumento da capacidade de produção da indústria previstos para este ano estão voltados aos setores certos. Isto é, para os bens de consumo duráveis, que reúnem a cadeia da indústria automobilística, os eletrodomésticos e eletrônicos, segmentos nos quais a oferta de itens está cada dia mais apertada para atender ao aumento do consumo, do crédito e da renda. O movimento para ampliar a capacidade de produção desses setores reduz, a médio prazo, o risco de gargalos na oferta e de pressões inflacionárias.

Isso é o que indica um cruzamento entre os dados do Nível de Uso da Capacidade da Indústria (Nuci) em dezembro de 2009 e a intenção de investimento da indústria para este ano feito a pedido do Estado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em sondagens industriais. Com o uso da capacidade instalada da indústria evoluindo rapidamente no pós-crise, a intenção de ampliar os investimentos na produção reagiu.

O Nuci encerrou 2009 em 83,8%, um índice apenas 2,9 pontos porcentuais abaixo do recorde do indicador atingido em junho de 2008 (86,7%). Em contrapartida, quase metade das indústrias (48%) planeja aumentar os investimentos neste ano, ante 41% em 2009. "Se realmente esses investimentos se confirmarem há condições de atender à demanda, que deve continuar aquecida" , afirma o coordenador técnico das sondagens industriais da FGV, Jorge Ferreira Braga.

Puxado pela indústria automobilística e os eletroeletrônicos, o Nuci dos bens duráveis de consumo atingiu 91% em dezembro, nível considerado preocupante. Mas 58% das indústrias do setor querem ampliar investimentos neste ano. É o maior resultado da série histórica de intenção de aumento de investimento para bens duráveis.