11/03/08 10h54

Investimento de US$ 3,41 bilhões até 2012

Valor Econômico - 11/03/2008

Com o porte que adquiriu em uma década, desde que foi privatizada em novembro de 1997, transformando-se num grupo que controla 23 empresas, a CPFL Energia mantém um programa de investimentos correntes superior a R$ 1 bilhão (US$ 568,2 milhões) por ano. Para os próximos cinco anos, informa Wilson Ferreira Jr., estão aprovados pelo conselho da companhia de R$ 5 bilhões (US$ 2,84 bilhões) a R$ 6 bilhões (US$ 3,41 bilhões). A área de distribuição, proporcionalmente ao seu peso na receita do grupo, ficará com cerca de 80% desse valor. Esse pacote de recursos visa, principalmente, manter a performance dos ativos de distribuição. Na geração, que terá mais de R$ 1 bilhão (US$ 568,2 milhões), o objetivo é concluir projetos em andamento e buscar novas oportunidades de expansão orgânica. Além de hidrelétricas e PCHs, a CPFL olha com interesse outras alternativas para crescer. Analistas do setor elétrico vêem grande potencial de sinergia com os clientes de rede de distribuição. Na região em que atua, com destaque para São Paulo, há várias usinas de açúcar e álcool. A aposta é que praticamente todos vão contemplar a venda de energia em futuro próximo. Ferreira Jr. atesta a observação e diz que a co-geração de energia a partir do bagaço da cana está no radar da CPFL. "No horizonte de cinco anos, o que não está no nosso radar são térmicas a gás natural". Mas no ano passado, chegou a avaliar a aquisição da térmica Uruguaiana, do grupo AES/BNDES. Segundo o executivo, no segmento tradicional, a empresa estuda atualmente o potencial de dois rios no país, que podem se tornar projetos importantes no grupo, mas evita revelar seus nomes e localização. A análise de ativos existentes e potenciais é um fato corriqueiro na companhia, nas suas áreas de atuação. Em 2007, passaram pelo seu crivo 60 PCHs, 20 hidrelétricas (incluindo o projeto Santo Antônio, no Rio Madeira), duas térmicas, cinco projetos de biomassa, seis ativos na área de distribuição e até um de transmissão de energia, de 505 km. Em dez anos, a CPFL saiu de uma potência de geração de 143 megawatts (MW) - eram 19 pequenas usinas -, para um parque gerador que alcançará 2,2 mil MW em 2010. Hoje, estão em operação Serra da Mesa, Campos Novos, Barra Grande, Monte Claro, Castro Alves e Lajeado e 33 PCHs. Fecha este trimestre com 1.672 MW. Estão em fase de construção as usinas 14 de Julho (fim de 2008) e Foz do Chapecó, prevista para o fim de 2010. São ativos espalhados por São Paulo, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.