24/02/08 12h01

Investimento acelera importações

O Estado de S. Paulo - 24/02/2008

Os investimentos em bens de capital aceleraram o ritmo das importações nos últimos meses. Entre setembro e novembro do ano passado, as importações brasileiras passaram a crescer numa cadência mais forte que nos meses anteriores, de 35% a 40% em relação aos mesmos períodos de 2006. De dezembro pra cá, o ritmo se acelerou ainda mais, para até 46,9%. Esse movimento, segundo levantamento feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) a pedido do Estado, está sendo puxado principalmente pelos bens de capital. O principal fator para essa tendência é a queda do dólar em relação ao real: na sexta-feira, a moeda americana atingiu a cotação mais baixa dos últimos oito anos. Com o câmbio na casa de R$ 1,70, empresas de diferentes setores desembolsam menos reais para ter acesso a inovações tecnológicas que garantem saltos de produtividade e eficiência. Com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Iedi calculou a evolução das compras externas, comparando a média das importações por dia útil de cada mês. Em janeiro deste ano, as importações dos chamados bens de investimento deram um salto de 56,9%, em relação a janeiro de 2007, contribuindo com 26,2% para o aumento das importações totais do País. Ao longo de 2007, os números eram mais modestos. As importações haviam crescido 32,7%, em comparação com 2006, e a contribuição do setor para o aumento das importações brasileiras como um todo foi de 21,1%. Entre os diversos setores de atividade, o que mais aumentou as compras externas de bens de capital foi o de maquinaria industrial. As importações por dia útil nesse setor cresceram nada menos do que 74,4% em relação a janeiro de 2007. Sozinho, esse item respondeu por 10,6% do aumento das importações brasileiras no período. Na sexta-feira, a Paramount Lansul, uma das principais indústrias do setor têxtil brasileiro, recebeu 20 máquinas de entrelaçar fios importadas da Suíça, no valor total de US$ 6 milhões. Até março, outras sete máquinas chegarão da Alemanha, a um custo de US$ 3 milhões. Nos últimos dois anos, a empresa investiu US$ 48 milhões na importação de máquinas.