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Investidores franceses são os que mais acreditam no Brasil

Exame - 07/07/2008

Historicamente conhecidos como um dos povos mais avessos a estrangeiros, os franceses - quem diria - são os investidores que têm a imagem mais positiva do Brasil. Um estudo desenvolvido pela consultoria Market Analysis junto a investidores de nove países, e obtido com exclusividade pelo Portal EXAME, mostra que 58,1% dos franceses têm uma boa impressão do Brasil. A grande simpatia pelo país, segundo a diretora da Troiano Consultoria de Marca, Renata Pereira Lima, pode ser reflexo de diversos fatores, entre eles, a inserção do Brasil no mundo da moda. "Os europeus valorizam a nossa alegria e descontração". Foi destacando essa leveza de espírito que a Alpargatas conseguiu transformar as sandálias Havaianas em sucesso na Europa, enquanto a Natura escolheu Paris para inaugurar sua primeira loja. Esse tipo de ação, afirma Renata, gera uma aproximação entre os povos, que é criada também quando uma multinacional decide investir no Brasil. A Renault, além de ter no território verde e amarelo um de seus principais mercados, colocou o brasileiro Carlos Ghosn no comando de seus negócios. Já o Carrefour, que chegou a cogitar sair do Brasil, agora vê no país um mercado estratégico. Como o Brasil não possui uma marca-país forte, avalia o diretor da Market Analysis, Fabián Echegaray, sua imagem entre os investidores estrangeiros está intimamente ligada à atuação das empresas. Isso explica a grande diferença de opinião entre investidores e não-investidores. Na França, apenas 37,4% dos entrevistados que não aplicam no mercado acionário vêem o Brasil de forma positiva. Entre os espanhóis a divergência também é significativa: enquanto 53,6% dos investidores admiram o Brasil, entre os não-investidores esse percentual cai para 39,5%. Por outro lado, o fato de os investidores verem o Brasil de forma muito mais positiva que os não-investidores também revela um grande potencial de atração de recursos. E esse potencial, na opinião dos especialistas, deve ser ainda maior hoje, já que a pesquisa foi realizada antes do país receber o grau de investimento e anunciar a descoberta de novos campos de petróleo.