20/03/12 13h55

Investidores escolhem os BRICS

Diário da Rússia

Cidades europeias são preteridas pelas do grupo

Moscou é a oitava cidade mais atraente para receber investimentos do mundo, segundo um ranking realizado pela Agência de Investimentos da Grande Paris e a empresa de consultoria KPMG. A lista coloca Londres em primeiro lugar e municípios do Brasil, da China e da Índia em posições de destaque, superando cidades europeias.

O ranking é baseado no volume de investimentos estrangeiros em diversos projetos de cidades nos últimos dois anos. O resultado surpreendeu os especialistas. Centros financeiros internacionais se mantiveram em posições altas, como Londres e Nova Iorque. Já as cidades europeias têm sido empurradas para trás pelos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

As cidades que demonstraram maior crescimento na popularidade entre os investidores ficam na Rússia e no Brasil, respectivamente Moscou (60%) e São Paulo (160%). Tais avaliações estão ligadas com o crescimento econômico que o grupo BRICS vem alcançando.

O Chefe das Operações de Ativos do Banco Financial Standard, Roman Andreev, afirmou que o investimento em uma cidade pode ser considerado para o país inteiro. “Por exemplo, julgar os investimentos em cidades como Londres, da Grã-Bretanha, e Xangai, da China, é difícil, pois essas cidades são centros financeiros, consequentemente, toda a infraestrutura estará configurada para atender a essas áreas. Mas isso não significa que os investimentos terão a mesma força em outras regiões do país. No que concerne países como Rússia e Brasil, podemos traçar alguns paralelos e verificar que, se aumentam os investimentos em uma cidade, estes acabam indo para todo o país. Moscou, por exemplo, é, sobretudo, uma capital e não um centro financeiro. Assim, os investimentos inseridos na cidade se espalham em outras regiões.”

É preciso observar que as posições desse ranking não são determinadas somente por realizações passadas, mas também como uma perspectiva de avanço futuro. A analista de finanças do grupo Kalita-Finance, Elena Turzhanskya, afirma que no ranking são avaliadas as expectativas dos investidores para o futuro de diversas cidades. “Essa avaliação é feita com base no potencial e nas capacidades dos países e cidades. Caso este seja convertido em realidade, o país receberá os investimentos e terá um desenvolvimento de qualidade em longo prazo. No entanto, caso não seja realizada nenhuma reforma, o potencial das cidades não se confirmará e as respectivas regiões não receberão fluxos de capitais. Desta forma, a avaliação é direcionada para o potencial de desenvolvimento e não no nível do capital dos indivíduos”.

O crescimento do interesse dos investidores nos países do BRICS, em breve, poderá fazer a Europa sofrer com isto. Muitos países europeus estão vivenciando a falta do capital estrangeiro, que poderia ajudar a solucionar a situação econômica difícil que atravessa. Se os investimentos fugirem da Europa, uma crise de longo prazo no continente só se intensifica.