03/07/07 10h44

Investidores compram 15% da Louis Dreyfus Bioenergia

Valor Econômico - 03/07/2007

Um grupo de investidores estrangeiros vai injetar cerca de US$ 180 milhões na Louis Dreyfus Bionergia, braço de açúcar e álcool da gigante francesa Louis Dreyfus Commodity (LCD) no Brasil. O dinheiro ingressará na forma de aumento de capital e dará ao grupo uma fatia de 15% da companhia. Segundo apurou o Valor, os recursos serão usados para novas aquisições que servirão para engordar a empresa de açúcar e álcool antes da sua planejada abertura de capital, prevista para o início de 2008. O grupo de investidores é liderado pelo sírio Wafic Said. Chama a atenção que alguém tão próximo do governo saudita se interesse agora pelo negócio do etanol. A Louis Dreyfus Bioenergia é uma das maiores empresas do setor de açúcar e álcool do país, atrás da Cosan e da empresa resultante da fusão em andamento entre as usinas Vale do Rosário e Santa Elisa. No início deste ano, a Dreyfus anunciou a compra dos ativos do grupo Tavares de Melo, que inclui quatro usinas em operação e uma em construção. Este investimento foi avaliado em R$ 1 bilhão. No Brasil desde 2000, o grupo Louis Dreyfus Commodities quer se tornar um dos maiores players em açúcar e álcool do país e do mundo. Segundo o diretor financeiro, o movimento de expansão deverá continuar. Gigante em grãos e suco de laranja, os negócios de açúcar e álcool do grupo estão concentrados apenas no Brasil e, não há planos do grupo fazer investimentos na área fora do país. Além das unidades recém-adquiridas, a Louis Dreyfus controla as usinas Cresciumal, de Leme (SP), São Carlos, instalada na cidade paulista que leva o mesmo nome, e Luciânia, em Minas Gerais. Outra unidade está em construção no Mato Grosso do Sul. Com uma moagem em torno de 12 milhões de toneladas, o grupo quer expandir o processamento de cana para quase 20 milhões de toneladas em pelo menos três anos. Em recente entrevista ao Valor, o grupo informou que planeja fazer investimentos da ordem de US$ 800 milhões no país, sem incluir as recentes aquisições. Presente em 53 países e com faturamento de US$ 20 bilhões, a LCD está no Brasil desde 1942, quando adquiriu a Comércio e Indústrias Brasileiras Coinbra. O grupo tornou-se um dos maiores produtores de soja e suco de laranja do país, onde seu faturamento gira em torno de US$ 1,9 bilhão.