06/11/09 11h36

Investidor estrangeiro aposta em retomada rápida dos IPOs no Brasil

O Estado de S. Paulo

O otimismo internacional em torno do Brasil chegou ao mercado de IPOs (sigla em inglês para ofertas públicas iniciais de ações). Uma pesquisa feita pela consultoria Ernest & Young mostra que investidores do mundo todo acreditam que o País será um dos primeiros a retomar os processos de abertura de capital. Dos cerca de 300 entrevistados, que incluem representantes de bancos, fundos de pensão e private equity e gestoras de recursos, 57% apostam que novas operações devem ocorrer no País ainda este ano. O otimismo dos investidores só é maior em relação à China, onde 75% estimam que a retomada ocorrerá neste período.

A expectativa positiva dos investidores globais se concentra nos países emergentes, com exceção da Rússia. Segundo a pesquisa, a maioria deles avalia que em mercados como os dos Estados Unidos, México, Reino Unido e Austrália, a recuperação dos IPOs se dará somente em 2010. Boa parte deles prevê que esses países só retomarão o movimento no final de 2011. No caso do Brasil, apenas 7% dos entrevistados apostaram nesse cenário, mais pessimista. A pesquisa incluiu agentes financeiros de 34 países, que têm sob sua gestão ativos de cerca de US$ 20 bilhões.

"Os compradores de ações estão acreditando que o Brasil é a bola da vez", diz Paulo Sérgio Dortas, sócio da área de IPOs da Ernest & Young, que coordenou o trabalho no País. Mais que apenas apostar em uma recuperação, os investidores afirmam querer participar dela. De acordo com o estudo, 60% dos entrevistados dizem que pretendem aumentar o nível de investimentos nos IPOs de empresas brasileiras nos próximos 18 meses.

A pesquisa também mostrou os setores cujas empresas, na visão dos investidores, devem liderar o retorno dos IPOs. As companhias de tecnologia receberam 49% das indicações. As de serviços financeiros (43%), petróleo e gás (38%), mineração (35%) e bens de consumo e varejo (32%) vieram logo atrás. No Brasil, terão vez primeiro as empresas maiores - chamadas "large caps". Pelo menos 41% dos investidores disseram acreditar que elas se tornarão públicas primeiro. As com valor de mercado médio e pequeno são a aposta de 38% e 18% dos entrevistados, respectivamente.