Investidor busca maior rentabilidade

Valor Econômico - 14/01/2008

Com o crescimento econômico do Brasil e a expansão do crédito de uma forma como nunca se viu, desde o ano passado os investidores apostaram suas fichas de que as ações voltadas ao varejo trariam alegrias. Não foi bem assim. Os principais papéis do setor tiveram desempenhos bem inferiores que o do Índice Bovespa em 2007, especialmente no último trimestre, e começaram este ano com o pé esquerdo, amargando novas quedas. Para os analistas, apesar das vendas do varejo terem crescido, elas não atingiram os números excepcionais que o mercado esperava, o que fez os investidores migrarem para papéis que prometiam rentabilidades maiores, como Vale, Petrobras e, mais recentemente, as teles. Não foram apenas as expectativas frustradas de vendas que afastaram os investidores dos papéis de varejo. Com a piora do cenário internacional a partir de agosto do ano passado, os aplicadores migraram para as grandes ações como Petrobras e Vale, abandonando os papéis de menor liquidez (conhecidos como "small caps" ou segunda linha), exatamente o grupo em que se encontram todas as varejistas. "Essa fuga não foi 'privilégio' apenas desse setor, o investidor fugiu de todas as ações que não garantem uma saída imediata, no caso de uma piora repentina do mercado", diz o analista de investimentos da Spinelli Corretora, Daniel Gorayeb. Para fechar o cenário pouco amigável para as ações de varejo, mais recentemente, o repique da inflação e a possibilidade de a taxa de juros Selic voltar a subir reacenderam o temor de uma queda no crescimento econômico.