29/04/11 11h23

Investidor-anjo francês chega ao Brasil

Valor Econômico

O francês Stéphane Darracq, que atua como empresário e investidor, vê no Brasil um grande potencial para a criação de algo semelhante ao Vale do Silício, a região da Califórnia onde se concentram muitas empresas de tecnologia da informação (TI) e de onde parte boa da inovação nos Estados Unidos. Como fundador e presidente da LeadMedia, companhia especializada em sistemas e serviços de marketing na internet, ele foi responsável pela aquisição, em janeiro, da Media Factory - antes pertencente ao grupo IdeiasNet - e do site Busca Descontos, em junho de 2010. Agora, no papel de investidor-anjo, Darracq prepara-se para fazer novas aquisições no país.

No fim do ano passado, o empresário fundou a empresa de investimentos Equinoxe, voltada exclusivamente para aportes em companhias brasileiras de TI. A empresa foi fundada com capital inicial de US$ 10 milhões, aportado por oito investidores-anjos europeus, incluindo Darracq. A companhia tem como meta investir em pequenas e microempresas das áreas de internet, serviços para dispositivos móveis, comércio eletrônico, jogos e redes sociais, que tenham receita anual entre R$ 5 milhões (US$ 3,13 milhões) e R$ 10 milhões (US$ 6,3 milhões) e apresentem alto potencial de crescimento.

Em cada empresa, a Equinoxe prevê investir entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão. A meta é associar-se a até 20 companhias iniciantes brasileiras. "No momento, negocio com quatro companhias. A estimativa é fechar sociedade com duas ou três até julho", afirma Darracq. Ele mantém os nomes das empresas em sigilo, mas diz que na lista estão uma companhia de jogos on-line, uma de comércio eletrônico e outra concentrada na venda de anúncios em redes sociais. De acordo com o presidente da Equinoxe, o aporte de capital pode ser majoritário ou minoritário. Não há prazo de duração da sociedade.

O empresário diz que, em média, de cada dez empresas de TI nas quais investe, duas a três não dão certo; quatro a seis chegam ao ponto de equilíbrio e duas ou três fazem sucesso. "O sucesso dessas duas ou três empresas costuma ser tão grande que mais do que compensa todos os outros investimentos não lucrativos", afirma. A vantagem de investir na área de TI, diz Darracq, é que o investimento inicial costuma ser mais baixo que negócios tradicionais, como empresas de varejo e de manufatura.

Na avaliação do empresário, o Brasil está hoje no momento ideal para investir, com a economia em crescimento, estabilidade política, um mercado de tecnologia consideravelmente grande e com forte potencial de expansão nos próximos anos. "O momento de investir no Brasil é agora porque as empresas ainda têm um preço baixo. Daqui a cinco anos, o mercado estará maduro, mas os preços das empresas estará alto e terá sido tarde pensar em investir", afirma. Para dar início às operações no Brasil, Darracq contratou a Ficus Investimentos, que vai apoiar as negociações. Ele também contratou três executivos para captação de novos sócios. Além dos oito investidores europeus, a empresa tem por meta atrair dois sócios investidores brasileiros.