23/05/13 16h56

Investe SP apresenta oportunidades de investimentos no Estado responsável por 44% do refino do petróleo no Brasil

Agência participa do painel “Oportunidades e riscos para investidores estrangeiros no setor de Petróleo e Gás no Brasil”

indústria petrolífera para debater projetos, soluções e previsões no setor de petróleo e gás.

Um dos destaques da programação do fórum foi o painel “Future opportunities & risks for foreign investors in the Brazilian Oil & Gas Sector”, que contou com apresentação de Almeida sobre as oportunidades de investimento em petróleo e gás em São Paulo, o Estado que refina cerca de 44% do petróleo brasileiro, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). 

“ São Paulo tem a oportunidade de ser um grande ponto na exploração do pré-sal a partir do primeiro leilão das camadas dessa matéria-prima. Temos que nos concentrar para que as cidades envolvidas tenham infraestrutura adequada para receber os investimentos e as indústrias que devem se instalar na região da Baixada Santista”, enfatizou o presidente da Investe SP em sua apresentação.

Ele também apresentou os serviços gratuitos da agência disponíveis para o investidor, e ressaltou que o Estado possui as melhores condições para o País para abrigar empresas que atuam na cadeia do petróleo e do gás no Brasil, tanto na extração e no refino quanto na utilização das matérias-primas na indústria.

“Temos a mais extensa e variada cadeia de fornecedores, as melhores universidades que geram capital humano de alto nível e uma excelente infraestrutura logística com boas estradas, portos e aeroportos que garantem o escoamento da produção. Se há gargalos de mão-de-obra em outras regiões do Brasil, em São Paulo, o Centro Paula Souza oferece cursos técnicos elaborados em parceria com as próprias empresas para suprir a demanda de cada região”, afirma.

A Petrobrás estima que os investimentos da estatal na área de exploração e produção de petróleo no Estado de São Paulo deverão chegar a US$ 9,5 bilhões só no período entre 2013 e 2017. Além disso, pesquisa da Arcadis Tetraplan indica que o montante injetado no litoral paulista nesse setor deverá chegar a R$ 209 bilhões até 2015.

“Com a exigência da ANP de conteúdo local (CL), que obriga uma porcentagem mínima de bens de produção, contratação de serviços e fornecedores brasileiros, a tendência é que um número cada vez maior de empresas instale-se no Estado”, lembrou Almeida.
Outro fator  apontado como atrativo para o Estado é a mão de obra qualificada. Em todo o Estado, universidades como a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP),  a Universidade Federal do ABC (UFABC) e institutos como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) produzem estudos que promovem constante inovação e desenvolvimento tecnológico no setor.

Inclusive, o Conselho Estadual de Petróleo e Gás Natural, o CEPG, composto por 15 Secretarias de Estado, estruturou o Centro de Pesquisas em Petróleo e Gás na Baixada Santista (Cenpeg-BS), com a participação de diversas universidades e 140 pesquisadores. O conselho também criou, junto do Centro Paula Souza, cursos de profissionalização no setor de petróleo e gás, com a instituição inclusive de unidades móveis de capacitação.

Para incentivar os investimentos no setor, o Governo do Estado também decretou o Repetro Paulista, que desonera a cadeia de Petróleo e Gás por meio da redução de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na importação de insumos para essa indústria. O decreto também isenta de ICMS a exploração e a pesquisa no setor.

Além disso, a Agência de Desenvolvimento Paulista, Desenvolve SP, possui linhas específicas de financiamento para a cadeia de Petróleo e Gás. O banco, que é propriedade do Governo do Estado, oferece a pequenas e médias empresas recursos com taxas a partir de 0,57% ao mês e prazo de 84 meses, incluindo a carência.

Debate
O painel em que Luciano Almeida apresentou-se também contou com a participação do Analista de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), João Luis Rossi, do Cônsul Geral da Inglaterra em São Paulo e diretor da subsidiária brasileira da UK Trade & Invesments (UKTI Brazil),  John  Doddrell, do gerente de investimentos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alexandre Petry, e do gerente de negócios do Brazil – US Business Council, Rafael Lourenço. Depois das apresentações de cada um sobre suas instituições e sobre seus pontos de vista quanto à situação atual do Brasil no setor de Petróleo e Gás, os palestrantes foram reunidos em um debate mediado por Peter Millard, editor-chefe da Bloomberg no Rio de Janeiro.

Doddrell mencionou o programa da UKTI criado para facilitar parcerias entre as empresas britânicas e as de outros países, o Supply and Chain Engagement Program.  “Aproximamos 124 empresas do Cazaquistão de 145 empresas britânicas, gerando 55 novas parcerias e um fluxo potencial de US$ 4,2 bilhões para os próximos dez anos. Na Nigéria, aproximamos 280 empresas nacionais de 178 britânicas, criando 65 novas parcerias e um fluxo potencial de R$ 6,7 bilhões. Tenho certeza de que podemos contribuir muito para a cadeia de petróleo e gás no Brasil com o mesmo projeto”, explicou. 

Já Petry, da Apex, explicou que o setor de Petróleo e Gás é considerado prioritário e estratégico pela agência. A empresa mapeou os investimentos realizados no setor, e identificou que 50% deles vêm da Inglaterra e da Noruega. “Há um número cada vez maior de empresas pequenas e médias buscando realizar parcerias para investir em novas tecnologias e soluções ainda inexistentes no Brasil”, explicou, oferecendo a Apex para auxiliar na construção desses relacionamentos.

Lourenço, por sua vez, listou a primeira rodada de leilões da camada do Pré-Sal, prevista para acontecer no segundo semestre ainda de 2013, a instalação de novos estaleiros, a exploração de hidrocarbonetos e fracking como grandes oportunidades de investimentos no setor de Oleo e Gás no Brasil. “O apetite dos investidores americanos pelo Brasil continua. Mas ainda há desafios, como o treinamento de funcionários, a carga tributária e o sistema fiscal”, explicou.