Internet industrial elevará PIB global por ganho de eficiência
Folha de S.PauloDe elevadores inteligentes que calculam a forma mais eficiente de distribuir os usuários a motores de avião que avisam quando dão defeito, as máquinas inteligentes já são uma realidade.
A partir de centenas de microssensores que transmitem informações em tempo real para servidores capazes de processar trilhões de dados e gerar inúmeros comandos, as máquinas inteligentes ajudam a cortar custos e a tornar os processos mais eficientes.
Mas a verdadeira transformação da chamada internet industrial, uma rede de grandes máquinas conectadas produzindo e analisando dados, só deve acontecer quando ela se tornar generalizada, transformando indústrias em verdadeiros prestadores de serviço de dados e contribuindo para elevar a produtividade da economia global.
Estudo recente da consultoria Accenture mostra que a disseminação da internet industrial poderá acrescentar de US$ 10,6 trilhões a US$ 14,2 trilhões ao PIB global em 2030, a depender da velocidade dos investimentos em inovação. Na conta mais conservadora, isso equivale a 1% a mais no PIB global.
"A nova onda de inovação digital deverá ser o maior motor da produtividade e do crescimento na próxima década, promovendo a reinvenção de setores que representam dois terços da produção global", diz a Accenture.
Mas, assim como os investimentos de cada país em inovação e tecnologia são distintos, a divisão do bolo não é equânime. Só os EUA deverão ter um ganho de US$ 6,1 trilhões. Nos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o acréscimo no PIB deve ficar em torno de 0,2%, com a China se beneficiando mais (1,3%, ou US$ 1,8 trilhão).
A Accenture classificou os países pelo seu potencial de aproveitamento dos benefícios da internet industrial. Das 20 maiores economias, o Brasil ficou em 17º. Foram avaliados 55 indicadores, como qualidade da educação, sistema financeiro e ambiente para a inovação.
Com as máquinas ficando cada vez mais inteligentes, o impacto no mundo do trabalho ainda é discutível. O uso de sensores e a automação deverão eliminar trabalhos menos qualificados. Por outro lado, as pessoas serão liberadas para tarefas mais criativas e colaborativas, com novas oportunidades de trabalho sendo criadas.
"Com trabalhos mais seguros e mais flexíveis, acredita-se que as pessoas ficarão mais engajadas e produtivas", afirma o estudo.