03/11/15 16h24

Interior paulista é opção preferencial para investimentos

O Vale - São José dos Campos

Sob o título “Cidades médias têm bons recursos”, o jornal Valor Econômico voltou a abordar a tendência das empresas de buscar cidades do Interior Paulista com boa infraestrutura para transferir ou iniciar seus negócios. Na região metropolitana da capital, faltam espaços e os custos são mais elevados, sem falar no fator qualidade de vida, que favorece a descentralização rumo a outras regiões. Em reportagem publicada nesta quinta-feira (29), o jornal destaca declaração de João Melhado, um dos coordenadores do estudo Índice de Cidades Empreendedoras 2014, segundo o qual “uma infraestrutura bem trabalhada impacta diretamente no crescimento econômico do município e da região, cria um bom ambiente para o desenvolvimento econômico, para o nascimento de novas empresas e melhora das condições de vida da população”. Esse tem sido o grande atrativo para investimento nas diferentes regiões do Interior Paulista.

 

Tendências

Segundo a reportagem do jornal econômico, quando o assunto é infraestrutura, o equilíbrio traz melhores resultados e maior atratividade. Marcos Costa, professor de arquitetura e urbanismo da Faap, afirma que esta é uma das respostas para explicar o porquê de dezenas de cidades médias estarem atraindo mais pessoas e empresas, em decorrência da boa infraestrutura e boa qualidade de vida, a custos menores. “O Interior de São Paulo é pródigo nesse sentido. Conta com boas rodovias, comunicação, universidades de ponta e custo de vida bem menor do que as capitais”, diz ele, citando como exemplo Bauru, São José dos Campos, Araraquara e São Carlos, entre outras.

 

Mobilidade facilitada

“Uma boa infraestrutura permite a comunicação e integração espacial (rodovias, ferrovias, hidrovias), que permite de deslocamento de pessoas, produtos, mentorias, matéria-prima, além do deslocamento imaterial, ou seja, circulação de dados e ideias por meio da telefonia e da internet”, afirma na mesma matéria Maria Encarnação Sposito, pós-doutora em Geografia e coordenadora da Rede de Pesquisa sobre Cidades Médias (ReCiMe).

Céu de brigadeiro

Como exemplo do aproveitamento de oportunidades no Interior, o Valor Econômico destaca o case da empresa XMobots, fabricante de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), que há pouco mais de quatro anos pôs na balança os prós e contras de deixar a capital paulista para se instalar em outra localidade. Faltava mão de obra com competência aeronáutica, os custos de operação eram muito altos, o aluguel custava o dobro do cobrado no interior e precisavam de espaço para voar. A opção acabou sendo São Carlos, a 240 quilômetros da capital, que conta com duas universidades, dois cursos técnicos. A XMobots desembarcou na cidade com oito pessoas e hoje conta com 35 funcionários, transformando-se na primeira fabricante de Vants nacional a obter licença da Anac para voar.

 

Caminhos do Interior

O caminho percorrido pela XMobots é apresentado na reportagem como um exemplo de rotina para muitas empresas dos mais variados tamanhos e especialidades, que buscam cada vez mais cidades com boa infraestrutura e custos para transferir ou iniciar seus negócios.O estudo computou como infraestrutura o transporte urbano (densidade das estradas, número de voos diretos, distância do porto mais próximo), condições urbanas (acesso à internet, custo da energia elétrica, preço médio do metro quadrado, tempo de deslocamento e índice de roubos e furtos de veículos), itens que impactam diretamente no crescimento econômico, mas, também, no desenvolvimento da própria sociedade, quando somado à oferta de educação de qualidade, saúde e tratamento de água e esgoto.