Intenção de investimento entre micro e pequenos empresários melhora no começo de 2017
Indicador do SPC Brasil e da CNDL está no maior patamar desde outubro de 2015, mas ainda segue em baixa
G1A intenção dos micro e pequenos empresários de fazer investimentos aumentou 12,3% no início de 2017, mas ainda segue em baixa, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL).
Em janeiro, o indicador que mede a intenção de fazer investimentos em uma escala de 0 a 100 atingiu 29,4 pontos. Mesmo seguindo em patamar baixo, o resultado é o melhor desde outubro de 2015. A pesquisa mostra a intenção de realizar investimentos na empresa nos próximos 90 dias.
Entre os empresários entrevistados, 64% disseram que não pretendem investir nos próximos três meses. Nesse grupo, 43% dizem não haver necessidade, enquanto 24% apontam que não investem por conta da crise econômica e 13% afirmam que estão aguardando o retorno de investimentos anteriores.
Já os empresários que dizem que querem investir são 24%. Nesse grupo, a maioria, com 30%, afirma que pretende aumentar o estoque, enquanto 29% planejam reformar a empresa. Os que querem comprar equipamentos são 25%, e os que pretendem contratar serviços de mídia e propaganda, 21%.
Dos empresários que querem fazer investimentos nos próximos 3 meses, 13% dizem que precisarão tomar empréstimos em bancos para isso.
“A recessão abala a confiança dos empresários, que acabam adiando planos de expansão dos negócios. No entanto, a queda da taxa de juros observada nos últimos meses e o aumento de confiança dos empresários podem ter influência positiva na procura por investimentos e tomada de crédito, ainda que de forma discreta, mas devem levar ainda algum tempo para se traduzir em aumento dos investimentos e da procura por crédito”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Crédito para empresas
Outra pesquisa do SPC Brasil e da CNDL aponta que 84% dos micro e pequenos empresários não têm a intenção de tomar crédito nos próximos três meses. Mas, mesmo com a demanda ainda baixa, o levantamento aponta que houve aumento de 5% entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 na intenção dos empresários de contratação de crédito.
Entre os empresários que não pretendem contratar crédito, 47% dizem que a razão é que conseguem se manter com os próprios recursos. Outros dizem que o motivo é a insegurança por causa da crise econômica (20%) e altas taxas de juros cobradas (18%).
“Hoje, muitos MPEs consideram a contratação de crédito algo difícil e burocrático. O incentivo a políticas que facilitem a concessão e reduzam o custo do crédito é algo que pode mudar este cenário”, afirma Marcela Kawauti.