02/09/10 15h58

Intel projeta crescimento de gastos em TI no Brasil

Valor Econômico – 02/09/10

Há um ano, quando esteve no Brasil, Frank Johnson, diretor de vendas de produtos empresariais da Intel para as Américas, destoava do pessimismo geral que dominava o setor da tecnologia da informação (TI). À época, pouca gente apostava na recuperação dos investimentos em curto prazo. O comando da Intel, porém, dizia perceber sinais de uma retomada e apostou nisso. Como resultado, a maior fabricante mundial de chip cresceu 17,5% em receita no terceiro trimestre de 2009, quando o mundo parecia desabar para muitas companhias do setor, e desde então vem apresentando expansão trimestral de mais de 10%.

Agora, quando persistem muitas incertezas no horizonte internacional, Johnson mantém a visão positiva. "As empresas continuam a investir na atualização de sua infraestrutura e a se preparar para um crescimento continuado dos negócios", diz o executivo ao Valor. O Brasil tem destaque nesse processo. Segundo levantamento feito pela Intel com 39 empresas brasileiras, a expectativa é de que os orçamentos cresçam 3% nos próximos 12 meses. Pode não parecer muito, mas é três vezes mais que o percentual apurado entre as empresas da América do Norte, as que mais gastam dinheiro com TI em todo o mundo.

De acordo com Johnson, grande parte dos investimentos no Brasil ocorre em duas frentes. A primeira é a adoção do novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 7, lançado em outubro do ano passado. Por conta da quantidade de recursos novos na comparação com os sistemas antecessores, muitas companhias têm preferido comprar computadores novos para executar o processo, o que vem impulsionando os resultados da Intel, responsável por 80% dos chips que equipam os computadores no Brasil.

Já dentro dos departamentos de TI, a compra de novos servidores para abastecer os centros de dados das empresas tem sido cada vez mais intensa. A estimativa é de que as vendas cresçam entre 25% e 30% ao ano, diz Johnson. Isso é resultado dos esforços que as companhias vêm fazendo para aproveitar melhor seus recursos de TI e se preparar para a computação em nuvem - modelo em que as informações não são acessadas diretamente do computador dos funcionários, mas pela internet.

De acordo com Johnson, o objetivo da Intel é investir pesadamente para acelerar o crescimento da computação em nuvem no país. "Estamos ampliando nossas equipes técnicas para ajudar clientes e parceiros a construir essas estruturas" diz o executivo. Além do auxílio na parte tecnológica, a Intel está aumentando os recursos financeiros disponíveis para incentivar as empresas a usar seus produtos em testes e provas de conceito que levem à criação de novas ofertas e serviços.