Intel escolhe o Brasil para investir em Data Center
Sexta maior economia do mundo por PIB nominal e a sétima por paridade de compra, desde os anos 1990, o país conquistou estabilidade e passou a atrair investimentos estrangeiros
Datacenter DynamicsA Intel decidiu investir no Brasil e diz que o país hoje, ilustra os desafios macroeconômicos dos países em desenvolvimento, onde cada país deve impulsionar o seu crescimento econômico, subjugar a inflação e desenvolver infraestruturas.
Nos últimos anos o Brasil vem se reestruturando, melhorando de posição e hoje está próximo de se tornar um "Player Global".
Superpotência emergente, desde 2001, com a criação do BRICS, o país passou a ser um importante ator no cenário mundial, canalizando investimentos. Quinto maior país da terra, sétima economia mundial, o Brasil é um dos principais produtores de recursos naturais e possui algumas das maiores reservas geológicas. Somado à isso, os 20 anos do Plano Real permitiu avanços: o mercado de trabalho se formalizou, a desigualdade social diminuiu e o Brasil passou de devedor a credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Todos esses fatores levaram a Intel a investir seus recursos aqui. Jeff Klaus, General Manager Intel Data Center, diz que os eventos que o país sediou, como a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo contribuíram para o fortalecimento da economia brasileira, nos últimos anos.
"Temos oportunidades de amadurecer em data center no mundo inteiro. Mas a Intel decidiu investir no crescimento das empresas do Brasil, através da criação de recursos de software para desenvolver e apoiar suas ferramentas, em especial, o Intel DCM."
Para a Intel, o mercado brasileiro de data center seguirá as principais tendências mundiais, Jeff Klaus lista cinco, são elas:
- Virtualização: de acordo com o executivo, os data centers brasileiros já começaram a implementar a virtualização, mas ainda é necessário otimizar a infraestrutura atual, através da consolidação de cargas de trabalho e mudança de cultura. Segundo ele, as empresas brasileiras têm hoje, a possibilidade de expandir suas iniciativas de virtualização para outras iniciativas afins, tais como VDI e focar em segurança.
-Gestão da Infraestrutura de Data Center (DCIM): com o aumento da telemetria, residente nos dispositivos de TI, operadores de data center serão desafiados a desenvolver soluções de análise business intelligence. Nesse sentido, as empresas de gestão de infraestrutura de data center podem ajudar neste espaço.
- Mobilidade: SmartDevices, BYOD e aplicativos móveis formam a primeira onda na jornada das empresas para o caminho móvel. A Intel afirma que as empresas brasileiras ainda têm um grande potencial a ser explorado, mas para isso é preciso ganhar mais confiança e compreeder os benefícios relacionados ao mercado, e expandir o portfolio nessa área.
- Big Data: a Intel acredita que o volume de informações só tende a crescer, e as mais recentes soluções de análise vêm mudando a maneira com que as empresas pensam os processos de negócios. De acordo com Jeff Klaus, as empresas brasileiras têm um grande potencial para evoluir em soluções de big data/analytics. "O Brasil tem um dos mais altos níveis de acesso ao Facebook, em comparação com outros países. Isso é um grande indicador."
- A Nuvem: com implicações de longo alcance, a evolução da nuvem estará dirigindo as iniciativas de TI para os próximos anos. As empresas brasileiras têm a grande oportunidade de ampliar a utilização de nuvem pública e privada, identificando e migrando cargas de trabalho para os provedores.
- A Internet das Coisas (IOT): para a Intel, a IOT vai impulsionar ainda mais a demanda por serviços em nuvem, como o TEF. A empresa aposta que essa pode ser uma grande oportunidade para data centers brasileiros criarem ou melhorarem seus serviços de nuvem, incluindo a IOT como Plataformas-as-a-Service (PaaS) e Software como Serviço (SaaS).
Eficiência Energética
Para a Intel, as empresas brasileiras estão em uma fase de transição dos métodos tradicionais, de estimativa de eficiência energética e de resfriamento para formas automatizadas. Neste cenário, a eficiência energética tornou-se uma das atividades fundamentais para empresas que
desenvolvem tecnologia para prestadores de serviços. E, na maioria dos casos, isso significa hardware mais eficiente, além de melhores ferramentas de análise de software como o Intel DCM.
Jeff Klaus afirma que hoje há uma tendência crescente na indústria para elevar a temperatura de operação e ajudar a diminuir os custos da energia do chiller, aumentando o poder de eficiência de
utilização. "Esta iniciativa é chamada pela Intel de HTA (High Temperature Ambiancy), que utiliza, essencialmente, ferramentas como o Intel DCIM para aumentar a temperatura ambiente no data center, utilizando cada servidor como um medidor de temperatura adicional para avaliar a eficácia, além de alertar um problema em potencial."
Entender o quão eficiente é o data center para a Intel é fundamental para garantir o funcionamento eficaz em termos de custos de energia, já que este continua sendo o maior gasto dos data centers em nível mundial.
De acordo com o executivo, os custos de energia continuam a subir; hoje a média global é de 7% ao ano. Na América Latina esse custo é ainda mais elevado e gira em torno de 20% ao ano.
Otimização de espaço no data center
Os data centers no mundo inteiro estão em uma batalha constante por eficiência energética e no Brasil isso não é diferente. As empresas brasileiras estão também voltadas para este desafio e perceberam que este padrão global de eficiência deve ser incluído em sua agenda para que seja possível oferecer uma vantagem competitiva.
Para a Intel, é possível gerenciar a eficiência de energia, que é analógica, com a utilização de recursos do data center, que podem contribuir para otimizar os atuais investimentos em espaço e plano de capacidade.
"O Intel Data Center Manager se encaixa perfeitamente no papel de ajudar operadores a extrair e analisar esse novo conjunto de dados térmicos e do consumo de energia", afirma Jeff Klaus, que ressalta que para esses casos, com o Intel DCM, é possível obter benefícios diretos como a identificação do servidor subutilizado, e o aumento da densidade de rack, que pode ajudar tanto na estratégia de virtualização como na de consolidação.
Operar com 100% de disponibilidade
O executivo assevera que para operar em torno de 100% do nível de disponibilidade a base não deve ser somente formada por tecnologia, infraestrutura e instalações, mas também por pessoas e o processo que apoiam as operações.
Jeff Klaus observa que se tratando do processo, há um conjunto de práticas para o gerenciamento de serviços de TI (ITSM), que incide sobre a harmonização dos serviços com as necessidades de negócio, conhecido como Information Technology Infrastructure Library (ITIL), que pode contribuir para operações de data center.
O General Data Center Manager da Intel diz que as pessoas são o recurso fundamental para apoiar a operação de data center e dentro deste processo, somam habilidades e experiências com as métricas-chave que devem ser postas em prática para o êxito da operação da instalação.
Visão holística do data center
Desevolver uma visão holística do data center tem sido historicamente um desafio para Operações de TI e Facilities. "Acreditamos que o Intel DCM possa contribuir significativamente para a 'aproximação' desses dois grupos."
Segundo a Intel, hoje no mercado existem várias soluções que podem contribuir para uma visão holística do data center, uma delas é o sistemas de gestão predial (BMS), que contribui para as empresas obterem um impacto positivo no eficiência energética dos data centers.
Capex e Opex
Quando o assunto é Capex ou Opex, Jeff Klaus diz que o foco não tem que estar simplesmente na escolha do tipo de contrato, mas que o processo de aquisição deve estar sempre alinhado aos objetivos de negócio da empresa.
"O gerente de TI geralmente é responsável pela compra e negociação de contratos; hoje em dia também é necessário que ele esteja alinhado com outras áreas da empresa e compreenda profundamente os objetivos do negócio."
Para a Intel, o Brasil é um país de Early Adopters, não só em termos de tecnologia, mas também em estabilidade política e econômica, o que é um fator novo, constatado na última década.
"Isso é notório em alguns setores, que antes eram conservadores por natureza e hoje, estão adotando novas tecnologias, buscando vantagens competitivas. Um exemplo, é o setor financeiro brasileiro, que hoje se tornou um Early Adopter de novas tecnologias.