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Intel enxerga País em nova fase de investimento de risco

Gazeta Mercantil - 19/09/2008

Braço de investimentos da americana Intel, maior fabricante de chips para computadores do mundo, a Intel Capital vê um novo momento para os fundos no Brasil. Depois de ter concluído seu primeiro ciclo completo bem sucedido no País, tanto em termos financeiros quanto de desenvolvimento de negócios, com a venda de sua participação na Spring Wireless, ela acredita que o mercado local está atingindo a maturidade, com mais ciclos completos de investimento chegando ao fim, e tem avaliado novos negócios locais, conta o diretor de investimentos para o fundo na América Latina, Fábio de Paula. Ela define as empresas que vão merecer receber aportes em todo o mundo de acordo com quatro categorias. Como o País não possui uma indústria própria ou pesquisa e desenvolvimento de chips, a Intel Capital dedica-se aqui principalmente a desenvolver segmentos que estimulam o consumo de seus produtos, no que chama de desenvolvimento de ecossistema, e às que desenvolvem o uso de tecnologia em mercados emergentes. As outras duas categorias são voltadas a pequenos investimentos em empresas que criam novas tecnologias e às que preenchem lacunas, complementando as ofertas da Intel. O fundo, que sempre é minoritário, possui participação em oito empresas brasileiras e acabou de sair da fabricante de software para uso de mobilidade para empresas Spring Wireless, na qual investiu pela primeira vez em 2001, quando essa tecnologia era uma grande novidade e o faturamento, inicial. Globalmente, a Intel Capital tem um portfólio avaliado em US$ 2 bilhões. "Somos o maior investidor de capital fechado em tecnologia do mundo", diz. Ela já investiu US$ 7,5 bilhões em quase 1 mil empresas, em 45 países. A sua estrutura é diferente de um fundo comum, por não possui capital próprio. Ela utiliza o caixa da Intel e atua de acordo com as oportunidades, sem limites de recursos. Ela chegou ao Brasil em 1999. Atualmente possui participação na Virtus, grupo de empresas de software formado a partir da Automatos, em quem investiu em 2002, e na Tectotal, de serviços de suporte de informática ao usuário, que tem também a Telefônica e a própria Virtus entre os acionistas. Também tem presença na Digitron, fabricante de componentes para computadores, como placas-mãe, Neovia Telecomunicações, de banda larga sem fio, Certisign, atuante em certificação digital, Ativi, de transações eletrônicas pré-pagas, Yavox, voltada a mensagens na rede celular, e a Infoserver, a mais recente delas, de serviços. Em 2006, anunciou um fundo voltado ao País, com US$ 50 milhões, valor a ser superado com o surgimento de oportunidades.