Instituto de Tecnologia do Itaú nasce com 50 pesquisas em andamento, 37 delas em IA
Os estudos são divididos em nove fases de acordo com a maturidade
Mercado & ConsumoO Instituto de Ciência e Tecnologia Itaú (ICT), anunciado pelo banco nesta quinta-feira, 10, nasce com 50 pesquisas em andamento. A maior parte delas, 37, são em inteligência artificial (IA), e as demais, em computação quântica, uma das próximas fronteiras que o banco vê na inovação tecnológica para o setor financeiro.
O diretor de Tecnologia do Itaú, Carlos Eduardo Mazzei, destacou que as pesquisas têm sido feitas através de parcerias com instituições acadêmicas.
No Brasil, o acordo mais antigo é com a Universidade de São Paulo (USP), firmado em 2018, e que tem como foco o chamado C2D, um centro de pesquisa. Há parcerias com as universidades federais de Goiás (UFG) e do Paraná (UFPR), entre outras instituições.
No exterior, há parcerias com o MIT e com a universidade de Stanford. No primeiro caso, o foco são pesquisas em fraudes e cibersegurança diante do avanço do uso de ferramentas de IA em crimes digitais e financeiros. No segundo, as pesquisas têm como base o uso responsável de tecnologias de IA.
Os estudos são divididos em nove fases de acordo com a maturidade. “Os últimos anos têm sido bastante intensos nessa dinâmica de pesquisa e aplicação em produto. Este ciclo que poderia levar meses ou anos às vezes acontece em semanas”, disse Mazzei em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 10.
A professora titular de Engenharia de Computação da USP e coordenadora do C2D, Anna Reali, disse que parcerias entre a academia e as empresas são bem-sucedidas. “Esse é um modelo bastante usado em países do mundo, com resultados bastante excepcionais”, afirmou ela.
O pesquisador do Centro de Competência EMBRAPII em Tecnologias Imersivas, setor de ciência aberta do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da UFG, Anderson Soares, afirmou que as parcerias ampliam a posição do País na pesquisa em IA.
“O Brasil é extremamente competitivo em geração de conhecimento científico, estamos muito bem posicionados nos rankings, somos um dos maiores produtores bibliográficos em IA, mas nossa posição cai assustadoramente nos rankings de inovação. Por que existe esse gap? Por falta de ações como essa, basicamente”, afirmou ele.