Inpe e Fapesp assinam acordo para estimular mais pesquisas em tecnologia aeroespacial
O ValeO Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo) assinaram um acordo para estimular pesquisas em tecnologias aeroespaciais.
O foco é beneficiar pesquisadores de pequenas empresas e estimular o desenvolvimento da cadeia industrial ligada ao setor aeroespacial.
“A grande contribuição do Inpe é de nuclear uma indústria espacial no Brasil”, defendeu Leonel Perondi, diretor do instituto.
“Esperamos ter uma indústria de satélites, que é moderna, de alto valor agregado e com possibilidade de renda multo alta”.
Assinada na semana passada, a parceria com a Fapesp irá apoiar projetos cooperativos de pesquisa que levem ao desenvolvimento de novas tecnologias, sistemas e equipamentos, com base em temas estabelecidos conjuntamente pelos parceiros.
Valores. Nenhum dos dois órgãos divulgou os recursos que serão aportados no acordo, mas pessoas ligadas à área aeroespacial falam que o montante por chegar a R$ 40 milhões.
O dinheiro será aplicado por meio do Pipe (Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas), da Fapesp, com seleção de propostas de pesquisa a serem financiadas e da avaliação dos projetos.
Segundo a Fapesp, ainda não há data prevista para divulgação da chamada pública aos interessados em inscrever projetos.
Ainda segundo a fundação, a propriedade intelectual resultante dos projetos de pesquisa será regida pelas normas do Pipe.
Fronteira. Durante a solenidade de assinatura do acordo, o diretor do Inpe disse que as pesquisas poderão ajudar o Brasil a ganhar espaço também na indústria espacial.
“Nos próximos 20 anos essa vai ser uma indústria muito forte, tanto quanto a aeroespacial hoje, e o Brasil poderá se beneficiar disso”.
Perondi lembrou da importância da colaboração para a pesquisa e o desenvolvimento de sistemas e equipamentos, citando a parceria sino-brasileira, iniciada em 1988 e que resultou no projeto de desenvolvimento e lançamento de satélites, o Cbers.
Também o presidente da Fapesp, Celso Lafer, ressaltou a importância do acordo. “Uma característica importante dessas pesquisas é que elas terão uma forte ligação com o setor produtivo, o que deverá ajudar a dar impulso a uma atividade de vital importância para o avanço do conhecimento”.
Acordo
Fapesp e Inpe assinaram um acordo para pesquisa em tecnologias aeroespaciais
Foco
Apoiar projetos cooperativos de pesquisa que levem ao desenvolvimento de novas tecnologias, sistemas e equipamentos, com base em temas estabelecidos pelos parceiros
Apoio
Projetos serão apoiados segundo normas do Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas da Fapesp
Beneficiados
Pesquisadores associados a pequenas empresas
Recursos
Podem chegar a R$ 40 milhões os recursos do acordo
Meta é fomentar polo na área de satélites
São José dos Campos
A Embraer tornou-se referência para o Inpe estimular o desenvolvimento da cadeia produtiva ligada ao setor aeroespacial, que tem forte presença em São José dos Campos e na região.
Segundo o diretor do instituto, Leonel Perondi, a meta é fazer nesse segmento o que ocorreu com o setor aeronáutico, depois do surgimento da Embraer.
“O primeiro modelo fabricado no país, o Bandeirante, voou em 1968, exatos 18 anos depois da criação do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). Em 1969, criou-se a Embraer, hoje terceira maior fabricante de aeronaves do mundo”, destacou Perondi.
Para ele, investir em pesquisa e no desenvolvimento de produtos é o “resultado de ter uma indústria num setor moderno, de alto valor agregado e com possibilidade de renda multo alta”.
“Podemos ter uma indústria brasileira na área de satélites tão grande quanto é o setor aeronáutico”, completou.