Inovação ganha força nos têxteis
DCI
A gestão da inovação está ampliando a sua presença na indústria têxtil brasileira. Um exemplo é a Santa Constância Tecelagem, que investe para criar produtos e coleções arrojadas, inserida na moda e com tecnologia. O consultor têxtil da empresa, José Favilla, explica que a velocidade dos lançamentos está aumentando e que é preciso acompanhar esse movimento com produtos que estejam dentro deste contexto. "Nossos tecidos contêm alta tecnologia, proporcionando a não-proliferação de odores relacionados a suor, e contam também com proteção solar UVA e UVB", afirma o consultor José Favilla.
A Santa Constância está engajada em tornar os seus produtos cada vez mais sustentáveis e para isso busca no mercado materiais novos e ciclos fechados de produção, cuja emissão de poluentes seja zero. "A empresa está envolvida em comprar a melhor matéria-prima existente no mercado", diz Favilla. Dentro do contexto de inovação associada e otimização de recursos e redução de custos, a Santa Constância é cliente da Golden Química, que desenvolve tecnologias inovadoras para o mercado. Criada há 23 anos, a indústria comercializa insumos para beneficiamento de tecidos para empresas como Marisol, Malwee e Coteminas. "Desenvolvemos tecnologia em parceria com universidades nacionais e estrangeiras", afirma o diretor da Golden, Lourival Flores. De acordo com ele, a empresa trabalha para gerar inovações que atendem o mercado, em um processo de gestão de tecnologia.
O foco do negócio da Golden é o desenvolvimento de novas tecnologias e para isso, além de buscar novidades ao redor do mundo, a empresa procura em empresas como Natura e 3M exemplos de atuação inovadora. Animado com o mercado interno, a Golden diz que existem clientes parceiros que estão dispostos a investir em inovação. "Nós sabemos quais empresas estão dispostas a investir em novas tecnologias, produtos e processos. Este é o caso da Santa Constância", explica o executivo.
A Golden investe no desenvolvimento de tecnologias e, para cerca de 10% de seus clientes, licencia seus produtos. "Criamos também produtos que possam ampliar a presença de nossos clientes no mercado. Um exemplo disso é a empresa Cremer, que precisava de um tipo específico de algodão que proporcionasse uma leve escamação na pele, uma espécie de peeling, e nós desenvolvemos o produto", conta Flores. Outras tecnologias, como o tratamento com plasma, que modifica a superfície do tecido, já fazem parte do processo produtivo de empresas têxteis de ponta. Na Golden, 20 funcionários, com formação em Engenharia Química e Têxtil e bacharelado em Química, trabalham para desenvolver novos processos.
A Golden está trabalhando em um novo projeto de biotecnologia cujo objetivo é rastrear nas cadeias de produção os insumos que poderão ser renováveis. "É o open innovation [inovação aberta], que reduz custos para a indústria", explica o executivo. Para Flores, atualmente a indústria química brasileira está progredindo, mas a preocupação com custos ainda é muito grande.Em sua opinião, o industrial nacional pensa principalmente na economia imediata, não a longo prazo. "Mas o beneficiamento têxtil está bem evoluído no País", diz ele. A Golden conta com duas unidades em São Paulo, uma em Guarulhos e uma em Potim.