Inovação é o principal caminho para a competitividade de todos os setores econômicos, diz presidente da CNI
Robson Braga de Andrade participou da reunião de líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação, em São Paulo. Durante o encontro, empresários fizeram balanço do ano da MEI e projetaram prioridades para 2017
Portal da IndústriaNa última reunião de líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) em 2016, nesta sexta-feira (2), em São Paulo, empresários apresentaram os resultados das três imersões em ecossistemas de inovação realizadas neste ano e projetaram as principais agendas para 2017. Conduzido pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o encontro contou com a presença dos presidentes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Marcos Cintra, e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, que falaram sobre as políticas públicas que as entidades vêm empreendendo em prol da cultura da inovação.
"A inovação é o principal caminho para a competitividade de todos os setores econômicos, não só da indústria. Temos procurado fazer conexão com institutos estrangeiros, trazer tecnologia para o Brasil", afirmou Robson Braga de Andrade.
Coube ao gerente-geral da IBM na América Latina, Ricardo Pelegrini, fazer um balanço das imersões que a MEI liderou em 2016. Ele apontou que, ao longo das três missões - no Brasil, nos Estados Unidos e na Alemanha -, 41 organizações foram atendidas e 23 centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) foram visitados por um total de 68 participantes. Segundo Pelegrini, 10 resultados foram identificados, entre parcerias em PD&I, revisão de portfólios, reestruturação de governança e revisão de currículos de graduação e pós-graduação.
"Tivemos uma participação de alto nível tanto das entidades quanto das empresas. A articulação que tivemos e a diversidade de integrantes foi um ponto muito positivo", destacou Pelegrini.
"Queremos pegar as melhores experiências do Brasil para estimular o pensamento e visitar novos locais em 2017. Seremos pragmáticos para abrir portas e ajudar as empresas a inovar. E é importante também termos o reconhecimento internacional de alguns casos de sucesso de inovação de empresas participantes da MEI", acrescentou o presidente da IBM América Latina. Em 2017, haverá imersão em institutos SENAI de Tecnologia, no Brasil, além de missões nos Estados Unidos e na Suécia.
Um dos participantes da imersão feita em outubro à Alemanha, o diretor comercial da PPI-Multitask, Marcelo Pinto, relatou que a missão teve grande importância para a empresa que comanda, especializada na produção de software para chão de fábrica. "Fiquei surpreso com o que vi de capital social. O programa não só me abriu portas, como voltei com a ideia de que a participação da empresa em inovação será mais colaborativa, e não interna. A Alemanha usa tecnologias que estão todas ao alcance das nossas mãos", enfatizou.
Congresso de inovação - O evento mais importante da MEI em 2017 será o 7°Congresso Brasileiro da Inovação da Indústria, marcado para os dias 27 e 28 de junho, em São Paulo. Durante o encontro, voltado para a promoção da inovação no meio empresarial, será realizado o Prêmio Nacional de Inovação, que está com inscrições abertas até o dia 15 de janeiro. O objetivo é premiar iniciativas inovadoras de pequenas, médias e grandes empresas.
De acordo com o CEO da GE Brasil, Gilberto Peralta, o congresso reunirá especialistas de todo o mundo para trocar experiências e conhecimento sobre a inovação e debater iniciativas inovadoras de referência global. O evento terá ainda debates sobre proposta de aprimoramento de políticas públicas.
Alavancar resultados - O presidente da FINEP, Marcos Cintra, alertou que 2017 será um ano difícil do ponto de vista de concorrência orçamentária para aportes em políticas públicas e estratégias. Ele frisou, porém, que há uma expectativa de se ampliar gradualmente a participação do PIB nos investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Segundo ele, hoje esse investimento é de cerca de 1,3% do PIB.
"O grande desafio em torno de políticas públicas hoje é como preservar os recursos já disponíveis, que estão em franco processo de diminuição ao longo dos anos e como administrar instrumentos novos", observou Cintra. "As principais metas de investimentos estão em torno da atração de recursos privados em inovação, apoio à empresa de menor porte, retorno de recursos para apoio a novas ações e que o Estado assuma maior nível de risco em prol da inovação", completou.
Já o presidente do INPI fez um resumo dos principais programas desenvolvidos pela instituição e observou que a entidade recebeu um importante reforço de pessoal, o que dará mais celeridade aos processos. Segundo ele, além dos 70 classificados do concurso de 2014 que foram convocados em maio, outros 70 já estarão em atividade no começo de 2017. "Estamos trabalhando para melhorar a qualidade e celeridade dos exames no que se refere àquilo que vai ser muito importante em um futuro próximo. Ou seja, patentes relacionadas a manufatura avançada, biotecnologia e tudo o que envolve patentes de software, energias alternativas e alimentos", contou.