30/10/09 10h44

Inmetro já prevê corrida tecnológica

O Estado de S. Paulo

A manutenção da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos de baixo consumo de energia vai estimular a produção de aparelhos mais eficientes. De acordo com Gustavo Kuster, gerente da divisão de programas de avaliação da conformidade do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), entidade responsável pela realização dos testes que classificam os eletrodomésticos em cinco classes de consumo, haverá uma corrida tecnológica entre os fabricantes para atenderem aos padrões de menor consumo de energia.

Atualmente os eletrodomésticos são classificados em cinco classes de consumo - do A (mais eficiente) ao E (menos eficientes). Do total de refrigeradores produzidos no País, 76% são classificados dentro do padrão A e B. No caso das lavadoras de roupa, 50% são classificadas entre as mais eficientes em consumo de eletricidade e, entre os fogões, 60% correspondem às faixas de consumo A e B. O Inmetro avalia também outros aspectos dos eletrodomésticos, como gasto de água, no caso das lavadoras e eficiência dos queimadores, no caso dos fogões. No entanto, a redução do IPI tem base apenas no consumo de energia elétrica dos equipamentos.

"A medida é inovadora e vai beneficiar o consumidor, que terá acesso a produtos que poderão fazer diferença na conta de energia", afirmou Kuster. Segundo o gerente do Inmetro, ainda são poucos os países que condicionam a redução de impostos à eficiência energética dos produtos - um deles é a Alemanha. Sua opinião é compartilhada por Maria Inês Dolci, coordenadora da ProTeste, entidade de defesa do consumidor. "É importante que as classes C e D tenham acesso aos produtos mais eficientes, hoje consumidos pelas classes mais ricas", afirmou.