Iniciativas promovem as startups
Valor EconômicoNo ano passado a cidade de São Paulo liderou o índice das cidades empreendedoras, de acordo com pesquisa da Endeavor. A capital paulista ficou na frente de outros 32 municípios de todo o país, segundo critérios como o bom ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, capital humano, acesso a investimentos, inovação e cultura empreendedora. Para aproveitar essa vocação, universidades, aceleradoras, prefeitura e governo do Estado desenvolvem diversos projetos de apoio às empresas iniciantes.
Programas desenvolvidos pela Prefeitura de São Paulo, como TechSampa e o SP Negócios, para a promoção de investimentos, estimulam a criação de startups, abrindo novas vagas de trabalho. De acordo com Michel Porcino, coordenador do TechSampa, entre 2015 e 2016 foram apoiadas 500 startups em diversas iniciativas, como a São Paulo Tech Week, que realizou mais de 120 eventos em 70 locais diferentes na cidade.
O SP Stars, programa de mentoria gratuita para startups, que conecta empreendedores digitais a mentores especializados, apoiou 350 negócios, movimentando uma rede de 200 mentores de empresas privadas, investidores anjo e fundos de investimentos. "A cidade tem de 10 a 15 aceleradoras ativas com espaço limitado para abrigar empresas, por isso a ideia é dar suporte para aquelas com potencial, mas que ainda não tiveram oportunidades", afirma Porcino.
Revitalizar o centro da cidade é o objetivo da iniciativa Centro Digital, com o desenvolvimento de um hub de inovação aproximando geograficamente investidores, startups e talentos do setor de tecnologia da informação. Já o Residência Mobilab é um programa de pré-aceleração, com duração de seis meses, voltado a startups de mobilidade urbana em parceria com o Sebrae-SP, que apoia seis pequenos negócios.
No programa do novo prefeito João Doria também está prevista a criação da Virada Hackathon Jovens Empreendedores nas prefeituras regionais, com programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software para maratonas de programação buscando solucionar problemas da cidade.
Recentemente o Sebrae-SP lançou o Startup SP, primeiro em Ribeirão Preto e agora na capital paulista, para capacitação gratuita e mentorias para empresas da área tecnológica. "O programa quer ajudar o empreendedor a superar um dos principais desafios no processo de desenvolvimento da startup: validar sua proposta de valor e seu modelo de negócio, construindo algo que tenha aceitação no mercado", afirma consultor do Sebrae-SP, Guilherme Ralisch.
Uma situação comum no cenário de startups é que os empreendedores ficam muito focados na criação do produto e dão pouca atenção aos potenciais clientes. As startups inscritas passarão por uma seleção inicial e as dez melhores receberão apoio.
Os critérios de seleção incluem uma avaliação do empreendedor e da equipe, do potencial de mercado e da solução proposta. O programa contará com workshops, oficinas, mentorias individuais e coletivas, monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento dos negócios, além de conexão com investidores e aceleradoras.
Cartão postal da cidade, a Universidade de São Paulo abriga o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), incubadora de empresas de base tecnológica que tem o apoio do Instituto de Pesquisas Nucleares (Ipen), além da USP. Com 19 anos de atuação o Cietec abriga 115 empresas de áreas como nanotecnologia, biotecnologia, energia, química e saúde, entre outros. "A incubadora olha oportunidades de negócios em cadeias produtivas, incentivando o coworking e integração de projetos com grandes empresas", afirma o diretor executivo, Sérgio Risola.
De acordo com Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper, para incentivar um ambiente empreendedor é necessário valorizar também os negócios tradicionais como os de alimentação, varejo e serviços. "Eles têm grande impacto na geração de negócios e no desenvolvimento da cidade, principalmente em bairros menos atendidos."