12/11/10 11h38

Infraestrutura atrai investimentos do grupo Espírito Santo

Valor Econômico

O grupo português Espírito Santo, o maior conglomerado financeiro de Portugal, quer dobrar o peso do Brasil em seus investimentos fora da área de finanças em cinco anos. Atualmente, o Brasil significa 20% da carteira de € 4 bilhões gerida pela Rio Forte Investments, o braço não financeiro do Espírito Santo, ou cerca de € 800 milhões. No mês passado, o conglomerado adquiriu 33% do capital da Georadar, empresa de prospecção do empresário mineiro Celso Magalhães e da AG Angra, do grupo Andrade Gutierrez.

O aporte, de R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões) a ser integralizado até maio, será usado para a Georadar entrar na disputa por prospecção de petróleo offshore. A Georadar hoje é especializada em prospecção em terra e atuou na descoberta dos campos de gás da OGX no Maranhão, além de atuar para a Petrobras na Amazônia e para a Agência Nacional de Petróleo (ANP) na bacia do Paraná. Mas o passo mais ousado do Espírito Santo deverá ser anunciado dentro de sessenta dias: a aquisição de uma empreiteira, voltada para a infraestrutura. "Vamos comprar uma empresa de construção civil especializada em estradas e ferrovias. Será uma empresa de médio porte, que não está entre as vinte maiores do Brasil", disse ao Valor o principal executivo da empresa, João Pena. De acordo com Pena, "a estratégia do grupo é ampliar a presença nas regiões que demonstrem maior potencial de crescimento". Até o ano passado, os investimentos do conglomerado no Brasil estavam concentrados no setor de hotelaria

A compra da participação na Georadar é o segundo investimento de porte do Espírito Santo no Brasil na área de energia. No primeiro semestre, o grupo fez um aporte de R$ 120 milhões (US$ 70,6 milhões) na Energias Renováveis do Brasil (ERB), em sociedade com o fundo FI-FGTS para geração de energia de biomassa. Até o ano passado, os investimentos do conglomerado no Brasil estavam concentrados na hotelaria, com a bandeira Tivoli, em empreendimentos imobiliários em São Paulo e na Bahia, e na produção de grãos e gado de corte em Tocantins. O conglomerado ainda detém algumas participações minoritárias. "Começamos a nossa internacionalização em 1904 e estamos no Brasil há sessenta anos", disse Pena.