Infra-estrutura terá investimento de US$ 92 bi
Valor Econômico - 17/11/2006
Nos próximos quatro anos, estão desenhados para o país projetos de infra-estrutura que representarão investimentos, se confirmados, de US$ 92 bilhões em cinco segmentos. Esse total representa um valor 60% superior ao efetivado entre os anos de 2002 e 2005 nos segmentos de energia elétrica, comunicações, ferrovias, portos e saneamento. O levantamento é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e compõe a segunda parte de um estudo feito pela instituição para mapear as perspectivas de aumento do investimento no país. Segundo o levantamento do banco, os projetos de geração de energia identificados são suficientes para atender à demanda até 2010. Para o futuro, há projetos importantes em discussão, como o das duas usinas do rio Madeira, em Rondônia. Em saneamento, a principal incerteza é regulatória. Há um projeto para a regulação do setor parado na Câmara dos Deputados (ele já foi aprovado no Senado) e a titularidade dos serviços nas regiões metropolitanas está na fila para apreciação pelo STF. Mesmo assim, levantamento do Ministério das Cidades aponta um volume de projetos que pode somar US$ 17,6 bilhões nos próximos quatro anos.
Os dados levantados pelo BNDES estão na edição número 20 do boletim "Visão do Desenvolvimento", que circula hoje no site da instituição. Nele, os autores lembram que os investimentos na área de infra-estrutura estão diretamente ligados à variáveis macroeconômicas e dependem da evolução da renda nacional e dos juros, entre outros indicadores. No setor de portos, já há muitos empreendimentos privados, mas obras de entorno (como dragagens e rodovias de acesso, entre outros) são de responsabilidade pública. Mesmo assim, os investimentos mapeados pelo banco apontam projetos que somam US$ 925 milhões para o período 2007-2010. No segmento de ferrovias, há um movimento importante da iniciativa privada. Os investimentos previstos para os próximos quatro anos somam US$ 5 bilhões, um crescimento anual de 7,4% até 2010 e sobre um período onde já ocorreu expansão expressiva. Só em vagões, a produção aumentou 25 vezes entre 2002 e 2005, passando de 294 para 7,5 mil unidades/ano. Um dos setores que não prevê aumento do volume de investimentos é o de telecomunicações.