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Infra-estrutura impulsiona investimento em não-tecidos

Gazeta Mercantil - 29/09/2008

O não-tecido não lembra em nada a palha de aço. Mas bem que poderia ser comparado a ela por ter mil e uma utilidades. Com um uso que vai desde a cobertura de fralda de bebê e absorventes femininos até bancos de carros e contenção de encostas, sua produção cresce cerca de 10% ao ano, pegando carona na expansão de consumo dos diversos mercados em que atua. Mas um segmento específico já desponta na liderança. São os chamados geotêxteis, que por sua alta resistência são muito utilizados na área de infra-estrutura. Do total de investimentos feitos nos últimos cinco anos pelos fabricantes - em torno de US$ 200 milhões - cerca de 60% foram destinados a máquinas que confeccionam este tipo de não-tecido. E até 2010 devem ser aplicados pelo setor mais US$ 140 milhões para suportar o crescimento médio projetado também em 10%, seguindo as mesmas proporções. "Graças à expansão de obras de infra-estrutura em todo o Brasil, proporcionada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelos projetos de preservação ambiental, os geotêxteis estão ganhando mais espaço", explica o secretário executivo da Associação Brasileira de Não-Tecidos e Tecidos Técnicos (Abint), Jorge Saito. Os dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) só confirmam a tendência. Conforme a instituição, entre 2008 e 2011 os investimentos em infra-estrutura devem somar R$ 304,6 bilhões (US$ 186,9 bilhões), o que representa um aumento de 15% ao ano nos desembolsos destinados a um dos setores considerados pelo banco como mais dinâmicos. Confeccionado de uma forma diferente dos tecidos tradicionais, que são feitos através da fiação comum, mesmo sendo sintéticos, os não-tecidos se formam com a colocação das fibras sintéticas em uma esteira e, por um processo de aglutinação ou outro sistema mais moderno como, por exemplo, jatos de água de alta pressão (conhecido como Sunlace), vão dando origem a um material que se assemelha a um tecido.