25/06/08 14h57

Infra-estrutura deve receber US$ 53 bi este ano

Valor Econômico - 25/06/2008

Os investimentos em infra-estrutura devem alcançar este ano a cifra de R$ 86,6 bilhões (US$ 53,13 bilhões), um crescimento de 3% em relação ao ano passado e ainda abaixo da projeção de R$ 108,4 bilhões (US$ 66,5 bilhões) de necessidades anuais do setor feita pela Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib). Segundo o estudo da entidade, a alta de investimentos este ano será puxada principalmente pela atividade de petróleo e gás, seguindo a tendência dos últimos seis anos. Com R$ 38 bilhões (US$ 19,7 bilhões), a indústria de petróleo e gás investiu 91,8% das suas necessidades em 2007. Telecomunicações foi o segmento que mais se aproximou do necessário, com R$ 12,9 bilhões (US$ 6,7 bilhões) de aporte, 95,5% da demanda projetada. Excluídos esses dois setores, o montante cai de R$ 84,1 bilhões (US$ 51,6 bilhões) para R$ 33,2 bilhões (US$ 20,4 bilhões), 62% de atendimento do que é preciso. Saneamento básico mantém o posto de primo pobre da infra-estrutura. Com R$ 4,5 bilhões de investimento (US$ 2,33 bilhões) em 2007, foi o único segmento a não alcançar 50% do aporte que precisava. A Abdib estima em R$ 10,5 bilhões (US$ 6,44 bilhões) a demanda de investimentos em água e esgoto no país. O setor público representou nos últimos cinco anos 56,5% dos aportes em infra-estrutura no país. Os únicos setores em que os recursos privados prevalecem são os de telecomunicações, já totalmente privatizado, e de energia elétrica, em que apenas 34% dos investimentos desde 2003 vieram do Estado. Em 2007, foram investidos R$ 16 bilhões (US$ 8,3 bilhões), 75,5% das necessidades do setor, e para este ano é esperada uma pequena queda, para R$ 14,4 bilhões (US$ 8,8 bilhões). Depois de saneamento, transportes é o grupo em que o ritmo de investimentos está mais aquém do que é preciso para evitar maiores gargalos. No ano passado o montante aplicado no setor foi de R$ 12,7 bilhões (US$ 6,58 bilhões), 58,3% da sua necessidade. Hoje 42% desses recursos vêm da iniciativa privada. Se considerarmos, porém, apenas o segmento rodoviário, esse quadro tende a mudar. Os planos de novas concessões do governo federal e dos Estados de São Paulo e Minas Gerais somam 13 mil km de vias, o que dobrará a quilometragem de estradas concedida hoje.