02/12/07 11h45

Indústrias esperam vender e lucrar mais

Folha de S. Paulo - 02/12/2007

Elevada carga tributária, taxa de câmbio desfavorável à exportação e juros altos -as principais queixas dos empresários para manter as fábricas competitivas- não devem ser obstáculos para a forte expansão da indústria no ano que vem. Consulta feita a 1.594 indústrias paulistas de 12 setores entre outubro e novembro pela Ipsos, a pedido da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), mostra que 77% das empresas devem vender mais; 66%, lucrar mais; 50%, empregar mais; e 57%, investir mais no ano que vem. Os crescimentos do emprego, da renda e da oferta de crédito, além de prazos mais longos de financiamento para consumidores e empresas, levam os empresários a fazer previsões bastante otimistas para seus negócios ao longo de 2008. No estudo feito pela Ipsos, os setores de fumo, madeira e móveis são os que se destacam nas previsões positivas para 2008. Das empresas ouvidas nos setores, 45% esperam aumentar em mais de 15% as vendas no ano que vem; 29%, aumentar a lucratividade em mais de 15%; 23%, elevar o emprego em mais de 15%; e 24%, aumentar os investimentos em mais de 15%. Essa foi uma das surpresas do levantamento, na avaliação da Fiesp, já que esses setores eram os mais pessimistas quanto aos negócios neste ano. No entanto estariam sendo beneficiados pelo crédito mais facilitado oferecido pelas instituições financeiras. Os setores de papel e celulose, açúcar e álcool, metalúrgico e de estruturas metálicas, máquinas e equipamentos, químico e automobilístico também se destacam nas previsões otimistas para o ano que vem. O levantamento da Ipsos constatou que 63% das 1.594 indústrias ouvidas estão satisfeitas com o desempenho da economia e da empresa. Se consideradas as indústrias com mais de 300 empregados, 76% das empresas dizem estar animadas com suas performances e também com a do país. O que preocupa os empresários é o desempenho dos negócios no exterior. Dos 12 setores consultados pela Ipsos, 9 reduziram a participação das exportações sobre a receita. As exportações representam hoje 16%, em média, do faturamento das 717 indústrias consultadas que exportam. Antes de 2005, o percentual era de 18%.