29/12/09 10h05

Indústria têxtil prevê crescer 4%, apesar dos importados

DCI

A perspectiva do setor têxtil em 2010 é obter um crescimento de 4% em relação a 2009, segundo o Sindicato Têxtil de São Paulo (Sindtêxtil-SP). No entanto, as importações de produtos vindos da China, de Bangladesh e do Camboja ainda preocupam o setor, pois em 2005 o número era de US$ 3,7 milhões e em 2009 o Brasil importou US$ 110 milhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Segundo a Abit, apenas Bangladesh exportou até outubro US$ 12 bilhões no setor têxtil e atualmente é considerado um dos principais fornecedores do setor no mercado mundial. Já a China vende malha para o Brasil a US$ 13,63 por quilo, enquanto outros países cobram US$ 19,73, ou seja, a China vende a preço 30,91% menor. A diferença no preço do vestuário de malha chega a 133%: 96% no tecido de malha, 93% na calça jeans e 30% no tecido denim. Segundo o presidente do Sindtextil-SP, Rafael Cervone Netto, a China tem este tipo de atitude no mercado mundial porque não absorve a mercadoria que fabrica.

Dados da Abit demonstram a importância do setor para a economia, que representa uma força produtiva de 30 mil empresas instaladas por todo o território nacional, companhias de todos os portes que empregam mais de 1,65 milhão de trabalhadores e geram, somadas, um faturamento anual de R$ 43 bilhões (US$ 25 bilhões). O segmento tem investido US$ 1 bilhão anualmente há dez anos para alavancar o setor. "Em 2010 continuaremos com o investimento. Mas em 2008, quando ainda não se previa a crise, chegamos a investir US$ 1,5 bilhão em 12 meses", afirmou o presidente.

As empresas alinhadas com o sindicato também apostam no crescimento do mercado e em alguma medida do governo em relação aos produtos importados. A gigante francesa Rhodia planeja fazer um investimento de R$ 200 milhões (US$ 116,3 milhões) no Brasil até 2014 e segundo o presidente mundial da empresa, Jean-Pierre Clamadieu, parte desse investimento será aplicado na linha de fios têxteis. "Vamos apostar no setor, pois este ano, apesar da crise, fechará com um incremento de 4% em relação ao ano passado", explicou. A Vicunha Têxtil, empresa pertencente ao Grupo Franco Matos Tintêxtil, planeja em 2010 reforçar a atuação no segmento índigo e brim - atividade na qual a empresa é líder e é também a maior companhia da América Latina.