Indústria supera nível de confiança

O Estado de S. Paulo

Quase a metade (49,9%) da indústria prevê aumento na produção das suas fábricas para o trimestre setembro a novembro, segundo a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É praticamente o mesmo nível pré-crise, de setembro do ano passado (50,4%), já descontadas as influências típicas desse período. Entre setembro e novembro ocorre o Natal da indústria, quando as fábricas produzem os itens que serão vendidos nas lojas em dezembro.

As indicações de recuperação da indústria e de um trimestre promissor também ficam claras no resultado do indicador de produção previsto para três meses, que leva em conta o saldo entre o porcentual de empresas que aposta no aumento da produção e as que acreditam na queda, somado 100. Esse indicador atingiu em setembro 139,2 pontos. "É a maior marca registrada desde abril de 1991 (139,6 pontos)", ressalta o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo.

A sondagem da FGV consulta mensalmente 1.125 indústrias. Juntas, essas empresas faturam mais de R$ 600 bilhões (US$ 333,3 bilhões) por ano, empregam 1,3 milhão de trabalhadores e são a fonte das informações usadas para apurar o Índice de Confiança da Indústria (ICI). Em setembro, o ICI cresceu pelo nono mês consecutivo. A alta foi de 3,6% ante agosto, com ajuste sazonal. O indicador atingiu 109,5 pontos, o maior nível desde setembro de 2008 (115 pontos). O resultado favorável do ICI foi sustentado pelo otimismo na produção prevista tanto para trimestre como para seis meses, observa Campelo. A tendência de negócios para seis meses respondeu por 40,9% da alta de 3,6% do ICI em setembro. Os segmentos de metalurgia, química, mecânica e alimentos são os que apresentaram os maiores índices de otimismo para os negócios em seis meses.