14/07/10 07h14

Indústria química precisará investir US$ 199 bi até 2020

DCI

A indústria química nacional precisará investir US$ 199 bilhões nos próximos 10 anos para atender ao crescimento da demanda interna e reverter o déficit comercial brasileiro, que este ano deverá ultrapassar US$ 25 bilhões. Esta é a previsão da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) que apresentou o Pacto da Indústria Química ao BNDES e ao governo e em que pede incentivos para sustentar a previsão de aportes e evitar o aumento do saldo negativo na balança comercial do setor que pode chegar a US$ 37 bilhões se o crescimento médio do País for de 4% ao ano até 2020.

No documento, a entidade defende que o governo federal adote medidas que protejam o setor para que as empresas possam investir na expansão da produção local. Dentre os pontos estão a simplificação da tributação na cadeia produtiva, acesso a matéria-prima e energia mais baratas, mais investimentos em infraestrutura e logística, mais ação na defesa do mercado interno contra as importações, apoio à inovação e à tecnologia e apoio do BNDES à modernização do parque produtivo e crédito a pequenas e médias empresas.

Segundo Bernardo Gradin, presidente da Braskem, e presidente também do Conselho Diretor da Abiquim, o setor precisa se reposicionar quanto a investimentos para que não se tornem um empecilho ao crescimento sustentável do Brasil, pois trata-se de uma indústria de base que responde por cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do País ao chegar a outras cadeias produtivas. "Para que a indústria continue a investir ela precisa de um novo modelo que inclui o acesso a matéria-prima e energia mais baratas e simplificação dos tributos", reforçou Gradin. "Acho difícil conseguir o objetivo de recuperação do déficit do setor sem esses incentivos, pois a indústria química depende de investimentos de longo prazo", destacou ele.

Para João Zuñeda, da MaxiQuim, esse déficit da balança comercial do setor químico é estrutural e tem como pilares os altos custos dos insumos e a falta de investimentos em tecnologia e em expansão da produção. Na opinião dele, este é o resultado de décadas de atraso do setor, que deverá levar até 20 anos para reverter essa situação.