Indústria paulista prevê aumentar vendas e produção

Folha de S. Paulo - 28/08/2007

A recente crise financeira aparentemente não afetou as expectativas da indústria paulista, que espera neste mês aumento da produção e das vendas para o mercado interno. É o que mostra levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) realizado na primeira quinzena deste mês com 636 empresas. Desse total, 58% são micro e pequenas, 35% de médio porte e 7% grandes empresas, com 500 ou mais funcionários em seu quadro pessoal. Os negócios dessas empresas já foram melhores em julho para 47% das indústrias que participaram da pesquisa. Em igual mês do ano passado, esse percentual havia sido de 29%. O aumento na produção é esperado neste mês por 47% das indústrias entrevistadas. Em agosto do ano passado, 32% tinham essa mesma expectativa. Nas vendas internas, quase metade (49%) das empresas aguardam resultados positivos -desse total, 9% esperam aumento acentuado nos negócios. Entre as empresas de grande porte, a expectativa é positiva para um percentual ainda maior: para 73% delas, haverá expansão nas vendas. Os indicadores de produção da indústria paulista dão sinais de desempenho positivo do setor neste ano. Apesar de o nível de atividade da indústria de transformação paulista ter desacelerado em junho em relação a maio e abril, no primeiro semestre acumula alta de 4%, quando comparado a igual período de 2006. Hoje será divulgada a produção em julho. Os segmentos que mais crescem são os ligados a cadeia automobilística e construção civil, além do setor de máquinas e equipamentos. A indústria também mostra disposição em investir mais neste ano, segundo outro indicador divulgado pela FGV em julho, antes de a crise financeira ter começado. Segundo a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, mais de 60% das empresas consultadas pretendiam investir mais. Em julho do ano passado, eram 53,6%. As previsões para o mercado externo continuam negativas entre as indústrias paulistas. Entre as que exportam (44% das que participaram da pesquisa), 37% esperam queda nas exportações neste mês. Desse total, 13% responderam que a queda será acentuada. Há um ano, 44% das empresas consultadas previam a diminuição. Quanto maior o porte da empresa, maior é a previsão de queda das vendas ao mercado externo, segundo o Ciesp. Para 47% das indústrias de grande porte, o resultado das exportações será desfavorável.