12/05/10 11h09

Indústria paulista abre 107 mil vagas no ano

Valor Econômico

O emprego na indústria paulista de transformação deve seguir numa trajetória ascendente nos próximos meses e a previsão de desaceleração no setor de açúcar e álcool não será suficiente para interromper as contratações, uma vez que a abertura de vagas já ocorre de forma mais disseminada. Apesar disso, a indústria só deve retomar os níveis do pré-crise no fim do ano. Em abril, o nível de emprego no setor registrou queda de 0,56%, sendo a primeira variação mensal negativa desde agosto de 2009, segundo números divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Com ajuste, o indicador teve expansão de 1,27%, com a criação de 27,5 mil postos de trabalho. No confronto com o mesmo período de 2009, houve um aumento de 2,11%, o que significou a geração de 47 mil vagas. Já no acumulado do ano, o nível de emprego na indústria paulista cresceu 4,96%, com a abertura de 107,5 mil empregos. O resultado do mês passado na série sem ajuste foi influenciado por um recuo no ritmo de contratações nas colheitas de açúcar e álcool, explicou Paulo Francini, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos a Fiesp. Mesmo assim, o setor sucroalcooleiro ainda respondeu por 47,3% das vagas abertas no período.

"A desaceleração ocorreu, em parte, porque neste ano as contratações para açúcar e álcool aconteceram mais cedo", disse Francini. Ele explicou que, por causa da crise financeira mundial, o setor sofreu forte ajuste, o que foi possível com o aumento da produtividade dos recursos disponíveis. "Além disso, tem a mecanização da colheita, que vai ocupando cada vez mais espaço e deve continuar na indústria paulista", afirmou.

O diretor da Fiesp observou que o emprego na indústria paulista continua em ascensão e de forma generalizada. Dos 22 setores analisados no mês passado, 19 realizaram contratações, um demitiu e dois apresentaram estabilidade. Trata-se do melhor desempenho para o período desde 2006, com 86% de variação positiva. Entre os setores avaliados, destaque para fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com alta de 8,3%, e produtos alimentícios, que avançou 4,8%. Na outra ponta, aparecem produtos de minerais não metálicos, com retração de 0,2%.