06/11/09 11h54

Indústria mostra recuperação mais consistente em setembro

O Estado de S. Paulo

A indústria brasileira mostrou em setembro os primeiros sinais de recuperação mais consistentes após a crise mundial e ainda trabalha com folga no uso da capacidade produtiva. Os indicadores divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que, pela primeira vez desde setembro de 2008, o faturamento real, as horas trabalhadas, o emprego e a massa salarial real aumentaram ante o mês anterior.

Apenas o nível de utilização da capacidade instalada recuou de 80,2% em agosto para 79,8% em setembro, o que a CNI considerou como um movimento de "acomodação". "A indústria em setembro seguiu na trajetória de recuperação de forma mais abrangente", disse o economista-chefe da CNI, Flavio Castelo Branco. Embora tenham tido variação positiva em relação a agosto, todos os indicadores continuaram abaixo do nível de setembro de 2008. No acumulado de 2009, o resultado também é bem pior que o do ano passado.

Castelo Branco acredita, no entanto, que nos meses de novembro e dezembro já será possível ter alguns segmentos e indicadores mostrando crescimento em relação ao mesmo período de 2008. "O que significaria que estaríamos com uma trajetória mais próxima de superação da crise, o que só vai ocorrer de forma mais significativa em algum momento do primeiro semestre de 2010", disse. Para este ano, a CNI mantém a estimativa de queda de 4% do PIB industrial.

Um ponto importante dos dados da CNI, observou o economista, é que, em setembro, as horas trabalhadas na produção aumentaram pela primeira vez neste ano: 0,4% ante agosto. Nos meses anteriores, o comportamento das horas trabalhadas variava entre o campo negativo e a estabilidade. Esse é o indicador que mede de forma mais próxima a produção. Em relação a setembro de 2008, ainda há uma queda de 10,4% e no acumulado de 2009, as horas trabalhadas estão 9,1% abaixo do mesmo período de 2008. As vendas reais da indústria, medidas pelo faturamento, subiram 1% ante agosto. No ano, caíram 7,5%. O emprego subiu 0,2% em setembro e a massa salarial, 2,7%.