27/07/09 10h36

Indústria já reduz perdas de produtividade

Valor Econômico

A MWM International viu sua produção cair subitamente de uma média mensal de 12,5 mil motores para até 7,5 mil unidades ao mês, como efeito do agravamento da crise externa e da queda da demanda por veículos. A perda de até 40% na produção mensal obrigou a empresa a fazer ajustes. À semelhança do que foi feito por outras 80 empresas de autopeças, a MWM decidiu reduzir a jornada de trabalho e os salários para adequar os custos com folha à demanda menor, preservando empregos. No primeiro semestre, a MWM reduziu a produção em 30% e baixou os custos com folha em 8%. Como resultado, a empresa teve uma perda de produtividade próxima a 24% em comparação com o segundo semestre do ano passado.

Cálculos da Tendências Consultoria Integrada, a partir de dados de emprego e salários levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a produtividade na indústria apresentou melhora no segmento automotivo ao longo do semestre e está próxima da normalidade. O segmento de fabricação de meios de transporte, no qual está inserido o setor de autopeças, acumula queda de 2,9% na produtividade, medida pela relação entre produção e número de horas pagas.

No total da indústria, a perda ainda é maior. A produção da indústria de transformação registra queda de 5,1% nos 12 meses encerrados em maio, enquanto o total de horas pagas sofreu redução de 1,53% no mesmo intervalo. Como resultado desse desempenho, a produtividade na indústria acumulou queda de 3,9%, segundo cálculo da Tendências. As maiores quedas de produtividade ocorreram nos setores de máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (15,8%), metalurgia básica (14,5%), máquinas e equipamentos (11,7%), coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (9%) e produtos de metal (7,6%).

A analista da Tendências Ariadne Vitoriano observa que a produtividade na indústria tem aumentado mensalmente desde janeiro, mas ainda é inferior ao período pré-crise. Em maio, segundo cálculo da consultoria, a produtividade aumentou 2,4% em relação a abril, com ajuste sazonal. Em comparação com dezembro, diz, a produtividade aumentou 13,1%, mas esse resultado é insuficiente para compensar a queda de 17% ocorrida no quarto trimestre de 2008.

De acordo com dados do IBGE, dentre os 17 setores da indústria da transformação, 4 apresentaram aumento da produtividade no acumulado de 12 meses. A indústria do fumo teve expansão de 9,8%, seguida por vestuário (3,8%), alimentos e bebidas (0,4%) e têxtil (0,1%).