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Indústria eletroeletrônica defende acordo de livre comércio com México

Valor Econômico - 05/09/2007

Segundo o diretor-adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Thomas Zanotto, uma pesquisa entre diversos setores industriais, realizada pela entidade, constatou que, à exceção da indústria de pneus e da automotiva, esta última já coberta por um acordo específico com os mexicanos, todos deram sinal verde para um esforço de ampliação do atual acordo de preferências comerciais entre Brasil e México. Para a Fiesp, a negociação com o México traz a vantagem adicional de permitir um acordo independente dos demais parceiros do Mercosul - o acordo já existente, conhecido como ACE-53, foi o último assinado individualmente pelos parceiros do Mercosul, que pode ser modificado sem necessidade de consulta aos demais. Resistências protecionistas da Argentina e suscetibilidades do Paraguai e Uruguai são apontados pelos industriais brasileiros como um dos fatores que dificultam a assinatura de acordos comerciais bilaterais por parte do Brasil. Em conversa reservada, um diplomata atento às negociações lembra que uma das últimas medidas do governo Vicente Fox, que deu lugar ao atual presidente, Felipe Calderón, foi a decisão de rebaixar, unilateralmente, as tarifas de importação para cerca de 6 mil produtos, para baratear a compra de componentes e insumos das indústrias mexicanas - e, com isso, aumentar sua competitividade nas exportações ao mercado americano. A negociação de um acordo que reduza ainda mais essas tarifas para produtos brasileiros seria uma boa maneira de buscar mercado no país que é, hoje, o quinto maior mercado para as exportações brasileiras, crê o Itamaraty. A redução mais forte das tarifas de importação entre os dois países é defendida também pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que considera "bastante limitado" o ACE-53, restrito a menos de 800 produtos, menos da metade dos quais comercializados sem pagar tarifas. Curiosamente, as vendas brasileiras totais ao México vêm crescendo a um ritmo maior que o das exportações dos produtos brasileiros beneficiados pelo acordo, o que, na avaliação dos empresários, mostra existir grande potencial para os exportadores do Brasil naquele mercado.