19/08/09 10h58

Indústria e construção puxam emprego

Folha de S. Paulo

No melhor resultado do ano, o mercado de trabalho formal registrou em julho a criação de 138.402 vagas, sob influência principalmente da recuperação do emprego na indústria -setor mais afetado pela crise mundial- e do aumento das contratações na construção civil. O resultado, no entanto, é 32% inferior ao do mesmo mês de 2008. Os dados, que fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram motivo de comemoração ontem no governo, pois seria o primeiro sinal corroborando as expectativas de que o emprego formal apresentará forte reação neste semestre, indicando o fim do ciclo de retração na economia.

O saldo de vagas acumulado até julho é de 437.908 postos. O número é quase um terço do saldo de vagas criadas nos sete primeiros meses de 2008, antes do impacto da crise global. No total de 2008, o emprego formal registrou a marca de 1,452 milhão de postos gerados. No mês de julho, o setor que se destacou pelo maior saldo de vagas criadas foi a construção civil. Foram gerados 32.175 postos, o melhor resultado do setor para meses de julho e o segundo maior da série do Caged, que foi criado em 1992. Na comparação com outros setores, o número da construção civil em julho destoa dos dados históricos, pois o setor tradicionalmente fica atrás do comércio, serviços e indústria. No mês também surpreendeu o resultado da indústria. De 2.001 postos criados em junho deste ano, o setor pulou para um saldo de vagas de 17.354.

O aumento das contratações nas áreas de têxteis, química e de calçados garantiu a recuperação do emprego industrial, embora o setor ainda esteja cauteloso com a recuperação. No acumulado do ano, porém, a indústria continua no vermelho, com fechamento de 127.123 postos. O setor com o maior saldo positivo em 2009, até agora, é o de serviços (263.090 vagas).